quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A nova fronteira da informação: agora é social


Onde estamos e como chegamos onde chegamos


No começo foi o papel. Reuníamos uma equipe editorial em torno de uma boa ideia, de uma visão de mundo e de uma forma de narração. Nossos textos e nossas fotos eram impressos e distribuídos em todos os cantos do país. Assim, a equipe dialogava com uma audiência disposta a pagar uma parte da conta e a deixar-se tentar por anunciantes que tomavam parte da conversa em troca de pagar o restante da conta. Éramos felizes e sabíamos.

Mas um dia a Rede apareceu e complicou tudo. Uma maré de textos, música, fotos, desenho e vídeos ficaram disponíveis, primeiro nas casas das pessoas e depois em qualquer lugar que as pessoas estivessem: carro, praia, sala de aula, aeroporto... E as mesmas pessoas descobriram um mundo novo onde tudo que antes era pago podia ser de graça e tudo o que era complicado, simples. Que não precisavam ir até a locadora para assistir um filme, ou na banca pra comprar jornal, e que não era necessário esperar a que a TV passasse o filme que queriam ver. Começou o império do “aqui e agora”.

E nós, nisso? A boa ideia, a visão de mundo e a forma de narração da equipe editorial passaram a ser não apenas impressas e distribuídas fisicamente, mas também colocadas em rede. Tentamos que a audiência pagasse a conta, mas nem todo mundo esteve de acordo; a mesma coisa aconteceu com os anunciantes, que descobriram que poderia entrar na conversa sem pagar por isso. O que fez com que fosse menos relevante o papel impresso com nossos textos e com nossas fotos e ilustrações.

Pior, ainda. Também a geração de textos, música, fotos, desenho e vídeos, e seu armazenamento e divulgação deixaram de ser caros e complicados. O que antes era para uns poucos escolhidos (nossa equipe editorial, por exemplo) ficou ao alcance de todo mundo. Já não era necessário possuir uma gráfica para criar a própria revista, nem ter uma licença, câmeras e estudo para fazer um programa humorístico. Todo mundo poderia ser fotógrafo e fazer conhecido seu trabalho, criar suas trilhas e colocar à disposição de todos. Toneladas e toneladas de produção de todos os tipos e qualidades, de todos os assuntos e origens, começaram a se espalhar pelo mundo, crescendo e se multiplicando numa velocidade surpreendente, vertiginosa.  Foi o dilúvio informativo.

Mas um dilúvio é quando há tanta água que deixa de ser bom, quando o abenço vira danação, e se água que numa hora serve para molhar as colheitas e alimentar as bestas pode acabar com tudo e nos deixar na ruína quando é demais, a informação em excesso nos afoga também. Descobrimos que nem toda pessoa com uma câmera era fotógrafo, que não bastava tirar milhares de fotos e empregar filtros para virar artistas. Que se antigamente havia poucos escritores publicados era porque havia poucas pessoas em condições de criar um relato interessante o relevante. Ficamos fartos de gatinhos fofos, de pornografia feia, de textos ruins, de pseudomúsica e de informações falsas. Alguém precisava colocar ordem nessa confusão.  E nasceram os gigantes da internet: buscadores e redes sociais.

Um buscador é um sistema que permite as pessoas encontrar alguma coisa entre tanto que há espalhado pelo mundo. Uma rede social é um sistema que permite às pessoas publicar textos, música, fotos, desenho e vídeos para audiências compostas por familiares, amigos, amigos de amigos, desconhecidos. Muitas vezes (a maioria das vezes, na verdade) textos, música, fotos, desenho e vídeos publicados não são próprios: as pessoas encontraram algo que interessou e que acham que pode ser interessante para outros, e publicam. Assim, as redes sociais muitas vezes são meio pelo qual as pessoas entram em contato com aquilo que a nossa equipe editorial criou. O que fez com que não somente fosse menos relevante o papel impresso com nossos textos e com nossas fotos e ilustrações: também o website com nossos textos e com nossas fotos e ilustrações se fez menos relevante. As pessoas já não precisavam ir até nós para nos encontrar: alguém podia incluir um fragmento de nossas ideias, de nosso tom particular, numa conversa alheia. Nasceram o SEO (Search Engine Optimization: Otimização de Motores de Busca) e as estratégias de mídia social.

Nesse ponto estamos hoje, procurando ficar mais visíveis nos buscadores e nas redes sociais. O caminho é sermos relevantes, ter o que dizer e dizer bem, conseguir meios para que nossa voz se faça ouvir e, quando ouvidos, para manter a conversação fluindo. Isto é, procurando que as audiências voltem, que não se distraiam pelo caminho ou sejam atraídas por outras vozes, entre tantas que agora têm para ouvir.

Não há um caminho único, maso primeiro é conseguir fazer com que a ideia que une a equipe editorial seja realmente boa, a visão de mundo clara e distinta e a forma de narração, eficaz. Ou seja: que o editorial seja relevante, insubstituível, único. Que justifique o investimento de tempo e de  dinheiro dos leitores, agregando opiniões ou saberes, descobrindo aspectos do mundo ou de si mesmos, melhorando sua vida ou fazendo-os mais felizes.

Mas há também de se aprender a sobreviver no novo ecossistema aprendendo e incorporando saberes novos. SEO, certamente, e também táticas e estratégias de redes sociais. Há de se saber gerar tweets que provoquem adesão e repercutam, criar páginas de facebook que sejam visitadas, comentadas e laikeadas, para atrair maiores audiências para os conteúdos. E pode e deve se incorporar novas tecnologias e ferramentas para evitar que as audiências vão embora*.

Isso, por enquanto.

Estamos no meio da mudança. Muita coisa ainda irá aparecer, e por isso a regra deve ser estar alertas para o que há de novo, testar e aprender, saber que há de se errar e que errar faz parte do processo.



* Espaço patrocinado: veja o site da Crowdynews: www.crowdynews.com. Uma amostra deste tipo de ferramentas.




quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Newsweek: não era mesmo o caminho

Na última postagem, do primeiro dia de outubro, eu questionava o rumo (o percurso, na verdade) da revista Newsweek. Hoje, leio que deixa de sair como revista impressa. Não é que não era mesmo esse o rumo? Lamento sinceramente. Uma das grandes que se perdeu no novo cenário. Leia mais no HuftPost (em espanhol!) clicando aqui.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Revistas matando revistas



Esta é novidade, para mim. Revista feminina repetindo assunto ano a ano é corriqueiro. Mas a mesma produção, a mesma (ou quase!) foto de capa, um ano depois??? E a mesma chamada: A minha noite com um famoso. É quase um jogo dos 7 erros. Vejam no site da Rue89: http://www.rue89.com/2012/08/18/medias-quand-mamie-elle-radote-son-numero-dete-234705 
Numa outra linha, a publisher estrela Tina Brown usando recursos criativos com custo de banco de imagens (Veja aqui). Houve já muito debate pela linha apelativa das capas da revista, desde que Tina assumiu. Esta, que mostramos, foi criticada pelo apelo sexual, mas não foi a única que levantou debate. "Obama, primeiro presidente gay" (Presidente Gay?) foi uma, Diana com Kate (Diana e Kate)e a fúria musulmana (Muslim rage

Será que é o caminho? Tina está conseguindo fazer com que se fale da revista, que estava morrendo. A pergunta é se é o caminho para voltar a ser uma revista relevante e um negócio rentável. A final, disso se trata, não é? As vendas pararam de cair e até cresceram um pouco em bancas. Menos que a Time, porém, que não apelou: foi 2% para a Newsweek e 6% para Time. Em exemplares de banca, atenção: circulação total parou a queda. E Newsweek perdeu 3,5% da base de anunciantes.

Mas o mais importante é que outras revistas, no mesmo mercado e com propostas (digamos) semelhantes, cresceram, no mesmo período. Por exemplo The Week, que acabou seu primeiro ano, 2003, circulando 173 mil exemplares, frente aos 3175000 da Newsweek; no final de 2011 eram 528 mil frente a pouco mais de um milhão e meio. E, no mesmo período, as vendas do The Economist nos EUA dobraram: de pouco mais de 437 mil para mais de 844 mil. Vale a pena conferir o relatório do State of the Media, clicando aqui.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Pizza, cine y decisiones

Una columna para la revista peruana "G de Gestión"


Cómo puede la lógica ayudar en la toma de decisiones – de las empresariales complejas a las domesticas, no siempre más fáciles.

Carlos quiere ir al cine y su esposa María prefiere salir a cenar. Ella se niega a ver Wall Street 2. Él no quiere conocer el nuevo restaurante ficho y esperar una hora para sentarse. Acaban en casa, mirando TV y comiendo pizza. Carlos está malhumorado. María se queja de la pizza, que llegó fría.

Carlos, CEO de una empresa, quería ir al cine para distraerse de un problema: una innovación tecnológica disponible, que afectará negativamente la rentabilidad pero que será decisiva en la preferencia de los consumidores. Tiene que decidir si incorporarla, sabiendo que si la competencia se adelanta, gana todo. Si ninguna adopta, ambas ganan. Si ambas la incorporan pierden rentabilidad y mantienen share.

El problema no se le va de la cabeza. Mira distraído una película de 2001, ganadora de cuatro Oscar: Una Mente Brillante. Russell Crowe encarna al matemático John Nash. Ante la entrada de unas señoritas en un bar, en el grupo de Nash todos se preparan para competir por la más guapa. Entonces Nash advierte: “Si todos vamos por la guapa, no conseguimos nada. Ni con ella ni con las amigas, que se sentirán tratadas como segunda opción. Si vamos por las amigas, tenemos más posibilidades”. La estrategia funciona, Nash gana el Nobel de Economía (en 1994) y la Teoría de Juegos pasa a ser estudiada por lógicos del mundo entero.

La Teoría de Juegos (TJ) es el estudio de la toma de decisiones entre individuos cuando el resultado de cada uno depende de las decisiones de los otros. Es una herramienta para auxiliar a quien debe tomar decisiones difíciles con información insuficiente. Por ejemplo, la pizzería, que tuvo que elegir entre reducir precio o invertir en marketing. Bajando precios en 3%, sus ingresos aumentan en 7%, porque gana share. Pero ¿qué pasa si la pizzería de la otra cuadra baja el precio también? Lo que podía ser una ganancia en facturación se transforma en una pérdida.

El resultado de una decisión, ganancia o pérdida, depende de los movimientos de los competidores. Los ejemplos de esta columna son casos que la TJ ayuda a resolver. Pero sirve para otros, más complejos. Como el de una empresa planea entrar en un mercado donde hay un player dominante. Puede construir una planta o importar los productos, y tiene que escoger entre precios altos o precios bajos. Algunas de las decisiones se toman secuencialmente pero otras son simultáneas, como la definición de precio. ¿Cuál es la estrategia correcta? Para responder, la TJ usa un árbol de decisiones, otorga puntos a las opciones y llega a conclusiones matemáticamente fundamentadas.

Volvamos a Carlos y María. Ambos dejaron de hacer lo que querían. ¿La solución fue mala? No necesariamente. Lo que se obtuvo fue el Equilibrio de Nash: ninguno ganó todo, ninguno perdió todo. (Además, con el filme, Carlos puede haber tenido un insight que le permita resolver el dilema que lo tiene mal.)

PS: Aunque no detallemos el paso a paso, diremos la empresa entrante gana si instala su planta y practica una estrategia de precios bajos. La pizzería tiene que cuidarse de entregar la pizza fría antes de pensar en marketing o precificación. ¿Y la decisión de Carlos? Contamos con la opinión de los lectores.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dilma



Dilma Rousseff, economista de 62 años, será la primera mujer presidente en 111 años de historia de Brasil. Desconocida poco tiempo atrás para la mayoría de los electores, la ex-súper ministra de Lula, ex-funcionaria técnica y ex-guerrillera, tiene posibilidades de ser elegida en el primer turno, el domingo 3 de octubre, montada sobre la ola de la popularidad del presidente más querido en la historia de Brasil: Lula acumula 81,4% de aprobación al fin de sus 8 años de mandato. Apenas un 3,9% cree de los brasileros cree hoy que el gobierno fue malo o pésimo. En el exterior, su imagen lo coloca como uno de los grandes líderes en lo que va del siglo.

La elegida de Lula ocupará el mandato número 50, pero en la historia, antes de ella, fueron 43 presidentes. Como es costumbre en el país, se los conoce por el nombre o por un apodo. Mas de un mandato tuvieron Lula, Luiz Inácio da Silva (2), FHC (“efeagacé”, o Fernando Henrique) (2), Joao Goulart (2), Getúlio Vargas (4) y Deodoro da Fonseca (2). El primero el Marechal (Mariscal) Deodoro, que asumió el 25 de febrero de 1891. Dilma es la quinta persona en ocupar la presidencia del país después del pleno regreso de la democracia: Fernando Collor de Melo, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso y Lula la precedieron. Asume un país en crecimiento acelerado, con perspectiva de superar el 7,5% este año y muy pocas posibilidades de caer abajo del 5,5% los próximos cuatro. Los indicadores de desempleo mejoran, como la actividad industrial, el número de pequeñas y medianas empresas, las exportaciones y la estabilidad monetaria. Y, sin embargo, los desafíos no son pequeños: a pesar de los avances, el país arrastra la deuda histórica de la desigualdad social y las prácticas políticas sufren la marca del clientelismo y la corrupción.

Para entender el crecimiento de quien dos años atrás era una ministra de perfil técnico, desconocida para el público, hay que mirar a lo social: Brasil vive hace 15 años un proceso de movimiento ascendente en la pirámide económica que representa, a la vez, un cambio estructural de la sociedad y un motor seguro para la economía durante las próximas décadas. Son 29 millones de personas subiendo a de las clases D y E a la clase C (groso modo, familias que ganan entre R$ 1150, unos u$ 650, y R$ 4.800, unos u$ 2.750, por mes), la llamada “nueva clase media”, que hoy suma 98 millones de personas, por primera vez más de la mitad de la población total del país. Esto significa, por ejemplo, que en 10 años se duplicó el ingreso de alumnos a la universidad (lo que no es poco importante: 22.319.443 electores tienen menos de 24 años!). Es gente comprando su primer auto, su primer departamento. Gente amueblando, contratando planes de salud, buscando escuelas, comprando computadoras, revistas, libros, celulares, comida, ropa...

Para esto concurren varios factores. La urbanización acelerada de la segunda mitad del siglo XX, que llevó a multitudes del campo a las grandes metrópolis, creando favelas, degradación ambiental y tensiones sociales vividas como inseguridad, pero también escolarizando a millones de “crianças”. La estabilidad monetaria instaurada en el gobierno Itamar Franco, consolidada por su ex-ministro de Economía, Fernando Henrique, y preservada por los dos gobiernos Lula. El crecimiento del la economía del mundo y el alza de la commmodities, junto con el desarrollo del país como productor minero y, fundamentalmente, agropecuario (entre las zafras 1999/2000 y 2009/10, la producción de granos creció a un ritmo anual de 5,9%, saltando de 83 a 147 millones de toneladas). Y los programas de transferencia de ingresos a los grupos más desfavorecidos de la sociedad. Iniciados por Fernando Henrique Cardoso a mediados de lo 90, ganaron un impulso decisivo, y dimensiones varias veces mayores, de parte de Lula, desde 2003. Los números son impresionantes.

Bajo el paraguas del Programa Fome Zero (Hambre Cero), lanzado en 2003 por Lula, se organiza una serie de programas, entre los cuales el más importante es Bolsa Familia, que complementa los ingresos de las familias más pobres, con menos R$ 140 de ingreso mensual (aproximadamente u$ 80), condicionando la ayuda a la frecuencia escolar y al cumplimiento de metas vinculadas con la salud. Para recibir el dinero, las madres deben cumplir con controles de rutina y matricular a sus hijos en las escuelas, por ejemplo.

Creado a partir de programas heredados del gobierno Cardoso, en su inicio el programa atendía a 3,6 millones de familias; actualmente son 12,5 millones de familias, con presencia en cada uno de los 5.564 municipios brasileros. El beneficio por grupo familias es variable, según el número de hijos y la escolarización, y genera encendidas críticas por parte de las elites, que ven el riesgo de crear hábitos y acusan desvíos y uso electoral. Subproductos de los programas asistenciales, algunos indicadores muestran mejoras innegables. Cerca de 49 millones de personas, 57% con menos 17 años, fueron beneficiados por el programa, al que se adjudica el mérito de reducir la pobreza extrema del 12 al 4% entre 2003 y 2008. En el mismo período, el número de pobres (con ingreso de hasta medio salario básico mensual) se redujo en 24 millones de personas: del 42,7% al 28,8% de la población brasilera. La desnutrición infantil, por ejemplo, que entre 2002 y 2006 cayó del 4,6% al 1,7%; entre 2002 la mortalidad infantil se redujo en 45. Mientras tanto, entre 2006 y 2009 la frecuencia escolar de los beneficiados por el Bolsa Familia aumentó del 62,8% al 84,5%.

A los programas de redistribución de la riqueza se agregan otros como el PRONAF, Programa Nacional de Apoyo a la Agricultura Familiar, que asiste a no menos de 2,5 millones de agricultores, y el PAC, Programa de Aceleración del Crecimiento, con inversiones billonarias en infraestructura. Súmese la mejora en el salario mínimo, que aumentó su poder real de compra, impactando no solo en la base de los trabajadores sino también en más de 16 millones de jubilados, y la creación de puestos de trabajo formal.

Estos datos pueden ayudar a entender la distribución de la intención de voto por región: si en el más rico Sudeste, que abarca a San Pablo y Río de Janeiro, las encuestas le daban una intención de voto del 45%, en Nordeste la intención de voto es del 64%. No por acaso: en el NE se concentraba, al momento de asumir Lula, la mitad de los pobres brasileros; en esta región el 11% de los votantes es analfabeto, frente al 3,55% en el SE. Y mirando a Brasil como un todo, apenas un 3,8% de los 135.604.041 electores tienen formación universitaria completa: son 5.135.509 brasileros, frente a los que 64.703.899 que declaran leer y escribir o tener la escuela primaria incompleta. No son las elites las que deciden quién gobierna.

Es que no hay que engañarse por las cifras espectaculares de crecimiento, ni por las imágenes de las grandes ciudades como San Pablo: en muchos aspectos Brasil aún está atrasado en la agenda del desarrollo. Si el tamaño de la economía coloca al vecino gigante entre las 10 mayores economías del planeta, la renta per cápita lo lanza ladera abajo, a la posición 75ª del ranking según datos del FMI (renta per capita de US$ 10.514 anuales) o 72ª según el Banco Mundial ( US$ 10.427 anuales). Cuando se aplica el IDH, Índice de Desarrollo Humano, calculado por la ONU, Brasil está en el 75º lugar, con un índice de 0,813 en una escala que va del 0 a 1 (cuanto más alto el índice, mayor el desarrollo humano), atrás de Chile (44º del ranking, con índice 0,878), Argentina (49º, 0,866) y Venezuela (58º, 0,844).

Brasil es, a pesar del crecimiento y de los cambios en curso, uno de los países más injustos del mundo en términos de distribución de la riqueza. Según investigación presentada en julio por el PNUD (Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo), tiene el tercer peor índice Gini: 0,56 en el mundo. Este indicador, creado por un matemático italiano a inicios del siglo XX, es usado para medir la desigualdad en la renta: cuanto más cerca está de 1, más desigual es el país. Brasil empató con Ecuador y quedó atrás de Bolivia, Camerún y Madagascar, con 0,60, y de Sudáfrica, Haití y Tailandia, con 0,59. En América Latina cuatro países están mejor posicionados, con 0,49: Costa Rica, Argentina, Venezuela y Uruguay.

Dilma, hija de Lula, madre del PAC

La victoria casi segura en las elecciones del domingo es de Lula, en primer lugar, de Dilma en segundo, y apenas en tercer lugar del PT, el Partido de los Trabajadores fundado por el presidente que deja el poder. Dilma no es del riñón partidario, ni especialmente querida por los cuadros. Su temperamento duro, diferente del perfil siempre negociador del actual presidente, le ha hecho ganar varios enemigos. Se afilió al partido hace menos de menos de diez años, cuando ya era Secretaria de Energía del gobierno del estado de Río Grande do Sul. A los candidatos naturales los fue bajando la seguidilla de escándalos de corrupción que marcaron los dos mandatos de Lula y que, aunque nunca lo mancharon directamente, siempre le llegaron muy cerca. Candidatos naturales del PT y que ocupaban altos cargos en su administración como el ex jefe de la Casa Civil, José Dirceu y el ex Ministro de la Hacienda, António Palocci, sucumbieron en medio de escándalos de corrupción con mucha cobertura mediática. "Dilma no tiene ningún prestigio personal político. Era una burócrata y desconocida hasta 2005. Su candidatura se da simplemente por la falta de liderazgos en el primer escalón del PT, después de los escándalos de corrupción en los gobiernos de Lula", analiza el científico político Rafael Cortez, de la consultaría Tendencias.

Dirceu y Palocci hoy están a frente de la campaña presidencial de Dilma con profesionales y equipo de primera línea para mostrar lo que el gobierno de Lula hizo por la población brasileña y a Dilma como el brazo derecho de Lula. Era Ministra de Minas y Energía de Lula y remplazó José Dirceu al frente de la Casa Civil después de descubierto el esquema de desvíos que se daba a poco metros de la sala del presidente. La Casa Civil es una institución que brinda apoyo al presidente; su titular, muchas veces comparado a un primer ministro, suele ser la persona más fuerte de un gobierno presidencialista, después del titular del Poder Ejecutivo.

En clima de campaña, Lula presentó a Dilma como “la madre del PAC” (Programa de Aceleración del Crecimiento). Lanzado en 2007, luego después del inicio del segundo mandato, prometió invertir en infraestructura, R$ 503 mil millones . Aunque la ONG Cuentas Abiertas afirma que hasta el fin de 2009, solamente 9,8% de las obras del PAC fueron concluidas, y 62% ni siquiera salieron del papel. En marzo de este año, el gobierno federal lanzó el PAC2 con inversiones de R$ 1.590 billones (lo que a la usanza americana se llamaría 1,59 trillones) en una serie de inversiones en transporte, energía, cultura, medio ambiente, salud, área social y habitación.

La operación Dilma está dando éxito y hoy la candidata asociada al éxito de los programas de transferencia de ingresos, lo que explican el 22% de ventaja sobre el candidato del PSDB, José Serra, ex-gobernador de San Pablo y político con larga carrera. en el partido de Fernando Henrique Cardoso.

Guerrillera Dilma

Hija de un inmigrante búlgaro naturalizado brasilero (Pétar Russév, que se abrasileró Pedro Rousseff), Dilma creció en Belo Horizonte, MInas Gerais. Fue casada y se separó dos veces, y tiene una hija de su segundo casamiento. Su primer marido fue el periodista Cláudio Galeno Linhares, compañero de militancia en la Organización Revolucionaria Marxista Política Operaria (POLOP), con quien entró en la clandestinidad tras la suspensión de los derechos constitucionales instituida por el AI5 (Acto Institucional nº 5), firmado el 13 de diciembre de 1968 por el presidente Costa e Silva. Dilma se sumó al Comando de Liberación Nacional - Colina. En esa época conoció al abogado Carlos Franklin Paixão de Araújo, quien sería su segundo marido y con quien inició una sociedad política que duraría muchos años. Los grupos extremistas de izquierda Colina y VPR (Vanguardia Popular Revolucionaria) se unieron para forman la Vanguardia Armada Revolucionaria Palmares (VAR-Palmares), responsable por el operativo comando que, el 18 de julio de 1969, robó en Río de Janeiro la caja fuerte del gobernador paulista Adhemar de Barros, con u$ 2,5 millones. Numerosos artículos periodísticos adjudican la coordinación del operativo a la futura presidente, que no habla sobre el tema y que niega haber tenido participación directa en cualquier acción armada, aunque reconoce haber recibido entrenamiento militar en Uruguay.

Presa a principio de 1970, fue torturada por la policía, estuvo dos años detenida y tuvo los derechos políticos retirados por 10 años. Una vez en libertad se instaló en Porto Alegre, donde, en1974, retomó los estudios de economía. En 1976 nació su única hija. El retorno a la política se daría como funcionaria del Partido Democrático Trabalhista (PDT), apoyando a su marido en la elección como diputado por el estado. Poco después sería designada secretaria de Hacienda de la Municipalidad de Porto Alegre. Tras un paso por la Secretaria de Minas, Energía y Comunicações de Río Grande do Sul, y luego de separarse de su segundo marido, Dilma se aproximó al PT y a Lula. Integró el equipo de transición del gobierno Fernando Henrique Cardoso para el primer gobierno Lula y fue designada Ministra de Minas y Energía del país, cargo con gran destaque después de una fuerte crisis de energía que Brasil enfrentó en el segundo período de Fernando Henrique. Por su buen trabajo y por su personalidad fuerte, fue elegida por Lula para substituir José Dirceu al frente de la Casa Civil, cargo que mantendría tras la reelección. En 2007 Lula ya habla de Dilma a sus compañeros de partido. En 2009 le fue diagnosticado un cáncer en el sistema linfático. Luego de un tratamiento de quimioterapia de cinco meses fue anunciada su total recuperación. Se la nombró oficialmente precandidata a presidente en el 4º Congreso Nacional del PT, en Brasilia, en febrero de 2010.

Política exterior, ideología y negocios

“El pueblo votará en Dilma por la continuidad de los programas de Lula, aunque ella sea desconocida en una serie de campos, y una de ellos es en la política externa”, afirma el licenciado en ciencias políticas de la consultaría Tendencias, Rafael Cortez. Habrá un cambio de una diplomacia mas presidencialista, para un destaque mayor para el cuerpo diplomático del Ministerio de las Relaciones Exteriores de Brasil. Lula es popular no solo en Brasil, sino también en varios países, sobre todo los que tienen gobiernos más a la izquierda. Además, en los bastidores del gobierno, se habla mucho del genio difícil de Dilma. No sin preocupación.

"En las relaciones internacionales, pienso que no va a cambiar mucho. Brasil seguirá con su liderazgo político en Latinoamérica y también su posicionamiento en el mundo. Pero Lula, con su ambición, adoptó nuevas agendas como de la aproximación con Irán”, dice Cortez. El Itamaraty (sede de la diplomacia brasilera) cada vez más presenta un fuerte direccionamiento ideológico en línea con el PT, liderado por el propio Ministro Celso Amorim, y por el Asesor de Asuntos Internacionales de la Presidencia, Marco Aurélio Garcia. “Cuando el PT llegó al gobierno, la macropolítica del gobierno anterior de FHC siguió, entonces el PT vio en el Itamaraty un espacio para trabajar ideológicamente. La presencia de Lula en fóruns y cuestiones políticas, como la decisión de hablar con los israelíes y los palestinos – tiene el claro objetivo de que Brasil tenga un lugar fijo en el Consejo de Seguridad de la ONU. Aunque esas intervenciones de Lula no siempre dieron buenos resultados”, esclarece Cortez.

Una elección ideológica repercute en el ámbito comercial. Ya se habla en la no renovación del Sistema General de Preferencias (SGP) de la OMC para Brasil. “Lula se acercó de gobiernos de izquierda, no solo en Latinoamérica, pero en países que poco conoce, como al Irán del presidente Mahmoud Ahmadinejad y su proyecto nuclear. La relación con el país del Oriente Medio en el momento que la ONU impone sanciones económicas por su programa nuclear puede afectar Brasil comercialmente”, advierte preocupado el director de Asuntos Internacionales y Comercio Exterior de la Federación de la Industrias del Estado de Sao Paulo (FIESP), Ricardo Martins Martins.

Especialistas piensan que el próximo gobierno tendrá que trabajar y fortalecer el bloque del Cono Sur. Aunque en los últimos años de Lula, el foco fue trabajar políticamente en Latinoamérica, con la creación del Unasur como resultado visible, hay descontento entre los empresarios por el rumbo que tomó el Mercosur. El Unasur es visto como “es una utopia de la izquierda Latinoamérica para fortalecerse contra la OEA, que tiene EUA como su gran líder”, cree Cortez. “No somos una isla, la no dependencia de Latinoamérica de otros países ricos como EUA es una ilusión. Él propio Fidel Castro reconoció eso. Deberíamos pensar en un bloque fuerte del Mercosur para poder defender los intereses comerciales de los países frente a los demás”, dice por su parte Martins.

Lula, la prensa y las deudas

Una fuerte polémica enfrenta a buena parte de los grandes medios de comunicación, y a las elites, con el gobierno de Lula y con su candidata. Se acusa al partido en el poder y a su fundador, el ex-sindicalista metalúrgico a cargo de la Presidencia, de buscar burlar las leyes electorales, de practicar un discurso excesivamente personalista (“yo hice”, “yo entregué”) y de faltar al verdadero espíritu republicano. Se lo critica por atacar en palco público a los medios de comunicación que, según sus palabras, apoyan a otros candidatos y buscan influenciar al elector con mala fe, sin explicitar sus preferencias políticas, escondidas detrás de una supuesta neutralidad periodística. “Nueve o diez familias dominan la prensa en Brasil”, dijo el presidente en entrevista al portal Terra. Las declaraciones de Lula fueron rebatidas por los medios, y merecieron una andanada de acusaciones de atentar contra la libertad de prensa. En el pasado, una tentativa de crear una autarquía que regulase la profesión del periodista fue enterrada luego de fuerte bombardeo mediático.

Eugenio Bucci es periodista y profesor de la Universidad de San Pablo. Entre 2003 y 2007 fue director de Radiobrás, organismo a cargo la TV y las radios públicas, además de una agencia de noticias y programas de comunicación, y fue secretario editorial del Grupo Abril, que publica la revista semanal Veja, una de las más firmes críticas del gobierno de Lula, explícitamente mencionada por el Presidente. Es autor de libros sobre periodismo y columnista del Estado de São Paulo, otro de los medios mentados por el mandatario.

Bucci ve polarización. De un lado, gente que apoya a la candidatura de Dilma, que acusan a sectores de la prensa de intentar un “golpe a la democracia”. “Lula no dijo eso, pero hay militantes que defienden la tesis del golpismo ”, aclara. Del otro lado, algunos ven en las declaraciones de Lula, cuando dice que sectores de la prensa actúan como un partido político, una amenaza para la democracia. “No creo que ninguna de las partes tenga razón, y si considero las declaraciones de Lula inaceptables es porque son generalizantes”, concluye Bucci.

El encono de Lula con la prensa tiene que ver con lo que el entiende ser un denuncismo exacerbado, asimétrico en contra suya. Pero más allá de las eventuales parcialidades, lo que la prensa brasilera publicó a lo largo de los casi ocho años de mandato fueron denuncias de corrupción política que marcan el aspecto más negativo de la “era Lula”. Cayeron grandes figuras del gobierno, inclusive uno de los fundadores del PT y predecesor de Dilma en la Casa Civil, José Dirceu, así como su sucesora, Erenice Guerra, que asumió en marzo último y renunció hace dos semanas, acusada de “tráfico d influencias”. El profesor y politólogo francés Olivier Dabenne opina, en una columna publicada por el diario Le Monde, que Lula decepcionó a su base más politizada, que creyó en la “utopía” del “modo PT de gobernar”: una revolución ética en la política. Que nunca ocurrió.

“Lula supo adaptarse al sistema político clientelista, privilegió el pragmatismo al enfrentamiento y se apoyó en las elites constituidas para gobernar, dejando de lado los principios fundadores del partido con una audacia desconcertante”, afirma Dabenne. En 2005, el llamado “escándalo do mensalão” marca el punto de resignación de la utopía. “Frente a un congreso fragmentado, el PT construyó mayorías puntuales a golpe de compra de votos. El esquema era simple: corromper a los oponentes para no tener que sellar alianzas demasiado incómodas. Cada mes, diputados de la oposición recibían soborno para votar los proyectos de ley del gobierno”, completa Dabenne, que fue agregado cultural del Consulado francés en San Pablo.

“Blindado”, “inoxidable” son algunos de los adjetivos dados a Lula por su capacidad de navegar por sobre los escándalos sin ver afectada su popularidad. Una mezcla de carisma nato con un gran esfuerzo de comunicación, sumados al clima de euforia económica son las causas de esta impermeabilidad. Que, sin embargo, no es necesariamente transferible: si Lula consiguió transformar a su poco conocida y poco carismática ministra en el candidato capaz de vencer una elección, eso no significa que el aura irá a perdurar. A Dilma le cabe el duro desafío de dar continuidad al trabajo de un presidente que sale del gobierno con un índice de popularidad altísimo, pero que deja grandes deudas y un escenario político complejo. Si el impulso actual en la economía, sumado a la herencia de un mundial de futbol (2014) y una olimpíada (2016), con el impacto que tienen en términos de inversión y visibilidad, auguran vientos favorables en la economía, aún es mucho lo que debe hacerse en términos estructurales. Educación, reforma fiscal, infraestructura y, sobre todo, reforma política son los temas que Brasil necesita que la futura presidente coloque en su agenda de prioridades. Es la oportunidad para Brasil de dejar de ser eternamente “o país do futuro”.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Top ten de restaurantes en Lima

Um amigo pediu recomendação de restaurantes em Lima. Segue o top tem preparado por um outro amigo, peruano, e ampliado por mim. Note-se que é um top ten de mais de dez: tem mais do que 10 melhores numa lista de 10 melhores. Faz sentido?
1-Astrid y Gastón. Fundadores da tradição. Excelente barra (tragos)
2-Malabar. Surpreendente. Talvez o melhor de todos... difícil dizer
3-Pescados Capitales. Criativos desde a sacada do nome.
4-Matsuei. Fusão japo-peruana
5-Valentino
6-Señorio Sulco
7-Costanera 700. Um dos melhores peixes da minha vida (quase tanto quanto o pez espada de Los Techos Bajos, en Málaga, año 1982). Especialidade: chita a la sal.
8-Dei Prati. Italianíssimo. Tem uma massa com limão e langosta que te la voglio dire....
9- Alan Wong. Ceviche de autor.
10- Chala
11- Raphael. Um outro que pode ser o melhor.1
2- José Antonio. Comida criolla. Exige tempo para uma longa siesta.
13- La Gloria. Uma experiência muito boa, outra ruim; erro meu: não da pra aceitar recomendação de um prato com eucaliptus
14- Cala. Tiradito bajofondo (langosta e linguado crus, sobre uma camada de abacate...). E a vista do Pacífico, com um pisco sour.
15- Francesco. Peixe, de novo.
Agrego ainda o ceviche de La Rana Verde em El Callao e as sardinhas com cebola morada e cerveza en jarra del Juanito, e os picarones de rua de Barranco.

domingo, 5 de julho de 2009

Ya somos el olvido que seremos

Es un soneto enjuto. Su historia mezcla a Borges con una trama más latinoamericana. Un hombre asesinado en las calles de una ciudad colombiana, catorce versos manuscritos en las hojas manchadas de sangre que el hijo, escritor, le encuentra en un bolsillo. Tres iniciales, JLB, y una trama detectivesca que transcurre, entre acusaciones de plagio y encuentros secretos, en varias ciudades de Europa y de América.
Dice la nota en Clarín que la autoría ahora está probada. Reproducimos los versos. Deberían probarse ellos mismos?

Ya somos el olvido que seremos.
El polvo elemental que nos ignora
y que fue el rojo Adán y que es ahora
todos los hombres y que no veremos.
Ya somos en la tumba las dos fechas
del principio y del término, la caja,
la obscena corrupción y la mortaja,
los ritos de la muerte y las endechas.
No soy el insensato que se aferra
al mágico sonido de su nombre;
pienso con esperanza en aquel hombre
que no sabrá que fui sobre la tierra.
Bajo el indiferente azul del cielo
esta meditación es un consuelo.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Benedetti, gracias por el fuego

No es muy original como homenaje, ni quiere serlo. Benedetti le puso estas palabras a mi amor de 18 años y por eso le estaré siempre agradecido.


TE QUIERO

Tus manos son mi caricia
mis acordes cotidianos
te quiero porque tus manos
trabajan por la justicia

si te quiero es porque sos
mi amor mi cómplice y todo
y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos

tus ojos son mi conjuro
contra la mala jornada
te quiero por tu mirada
que mira y siembra futuro

tu boca que es tuya y mía
tu boca no se equivoca
te quiero porque tu boca
sabe gritar rebeldía

si te quiero es porque sos
mi amor mi cómplice y todo
y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos

y por tu rostro sincero
y tu paso vagabundo
y tu llanto por el mundo
porque sos pueblo te quiero

y porque amor no es aureola
ni cándida moraleja
y porque somos pareja
que sabe que no está sola

te quiero en mi paraíso
es decir que en mi país
la gente viva feliz
aunque no tenga permiso

si te quiero es porque sos
mi amor mi cómplice y todo
y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

DIRETO O THE ECONOMIST: A morte da intermediação?

Reproduzo íntegra a coluna do The Economist (não creio que eles reclamem por esta apropriação que cita a fonte). O que diz, trocando em miúdos, é que a intermediação sofre: o poder fica nas pontas. Custa capturar o valor quando se está no meio da value chain. Diz que as notícias não morrem, mas sim aquelas empresas que vivem do empacotamento, num formato mais ou menos único, de news. Diz que a questão não é papel ou digital: é grátis ou pago. Finalmente a mídia tradicional começa a se tocar a respeito!


A coisa comeca a ficar interessante...



Media

The rebirth of news

May 14th 2009
From The Economist print edition

The internet is killing newspapers and giving birth to a new sort of news business


THE race is crowded, but San Francisco stands a fair chance of becoming the first major American city without a daily newspaper. The San Francisco Chronicle, founded in 1865, is trimming its already pared-down staff in an attempt to avoid closure. And if it does disappear? “People under 30 won’t even notice,” says Gavin Newsom, the city’s mayor.

Most industries are suffering at present, but few are doing as badly as the news business. Things are worst in America, where many papers used to enjoy comfortable local monopolies, but in Britain around 70 local papers have shut down since the beginning of 2008. Among the survivors, advertising is dwindling, editorial is thinning and journalists are being laid off. The crisis is most advanced in the Anglo-Saxon countries, but it is happening all over the rich world: the impact of the internet, exacerbated by the advertising slump, is killing the daily newspaper.

Does that matter? Technological change has destroyed all sorts of once-popular products, from the handloom to the Walkman, and the world has mostly been better for it. But news is not just a product: the press is the fourth estate, a pillar of the polity. Journalists investigate and criticise governments, thus helping voters decide whether to keep them or sack them. Autocracies can function perfectly well without news, but democracies cannot. Will the death of the daily newspaper—the main source of information for most educated people for at least the past century, the scourge of corrupt politicians, the conscience of nations—damage democracy?

Picked apart

A newspaper is a package of content—politics, sport, share prices, weather and so forth—which exists to attract eyeballs to advertisements. Unfortunately for newspapers, the internet is better at delivering some of that than paper is. It is easier to search through job and property listings on the web, so classified advertising and its associated revenue is migrating onto the internet. Some content, too, works better on the internet—news and share prices can be more frequently updated, weather can be more geographically specific—so readers are migrating too. The package is thus being picked apart.

The newspaper’s decline is both cause and effect of the worrying finding by the Pew Centre that the number of Americans aged 18-24 who got any news at all the previous day has dropped from 34% to 25% over the past ten years. But that figure may be less troubling than it looks. Because newspapers pack together all sorts of different content, many of those who claimed in the past to have seen some news probably did so for a few seconds before turning the page to the sports scores. Acquaintance as shallow as that with the news is probably no great loss to society; Pew surveys of general knowledge suggest that young people are about as well (or badly) informed as they used to be.

And the newspaper companies’ tribulations do not necessarily presage the demise of the news business, for they stem in part from the tumultuous and expensive transition from paper to electronic distribution. News organisations are currently bearing two sets of costs—those of printing and distributing their product for the old world, and providing digital versions for the new—even though they have yet to find a business model that works online.

Up to now, most have been offering their content free online, but that is unsustainable, because there isn’t enough advertising revenue online to pay for it. So either the amount of news produced must shrink, or readers must pay more. Some publications, such as the Financial Times and the Wall Street Journal, which has more than 1m online subscribers and has just promised to develop a new system of micropayments for articles, already charge for content. Others will follow: Rupert Murdoch, the Journal’s owner, has said he expects his other titles to start charging too. With news available free on Google and Yahoo!, readers may, of course, not be prepared to pay even for deeper or more specialised stuff; but since they do in the paper world, where free-sheets and paid-for publications coexist, there seems no reason why they wouldn’t online.

Better mobile devices may encourage them to do so. Apple’s iPhone is the first reader-friendly mobile phone, and the latest update to its software, due shortly, will enable news providers that currently give away content on the iPhone to start charging for it. Amazon has just unveiled a new, larger version of the Kindle, its e-book reader, better suited to displaying newspapers. Similar devices are available from other firms, with many more on the way. Better technology coupled with new payment systems will not solve the acute problems faced by newspapers today, but should eventually provide new models to enable news to flourish in the digital age.

And already, there are signs that it will (see article). New sources of news are proliferating online. Many, it is true, are unreliable. Most are badly funded. Some are the rantings of deranged extremists. But some—like Muckety, an American site which enriches news stories with interactive maps of the protagonists’ networks of influence, and NightJack, the revealing and depressing blog of an anonymous British policeman, which won the Orwell prize last month—enhance society’s understanding of itself, and could not have existed in the old world.

But the only certainty about the future of news is that it will be different from the past. It will no longer be dominated by a few big titles whose front pages determine the story of the day. Public opinion will, rather, be shaped by thousands of different voices, with as many different focuses and points of view. As a result, people will have less in common to chat about around the water-cooler. Those who are not interested in political or economic news will be less likely to come across it; but those who are will be better equipped to hold their rulers to account. Which is, after all, what society needs news for.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Vergonha!!!!

Esse jornalista nos envergonha como categoria... ter uma idéia tão boa e errar o alvo! Proposta para a grade curricular dos alunos de jornalismo (neste pais que exige o diploma): Lançamento de Sapatos e Outros Objetos Contundentes. Pode ser uma disciplina teórico-prática, que substitua, por exemplo, algo sem serventia como um Ética.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Content? What do you mean?

Respondendo a uma pergunta sobre conteúdo gratis ou pago na Internet, tentei o seguinte texto.

The problem begins with the way the question is presented-as many times happens. "Content". What do you mean? Anything that can be stored and delivered in paper, magnetic waves, electric impulses? Is "content" the Odyssey, a porn star's interview, the Yellow Pages, a phone call, the Guernica, my daughter's love poem, a classified ad, a recipe, images of man walking on the moon, Bach's sonatas (the written music, a great pianist recording, my school teacher playing...), Princess Diana's dying photos, stock market last second information, Booz Allen strategic plan for a 1 billion company, your therapist's notes?
Let's assume your a fine wine producer, located in the heart of Borgogna region. You have a friend who produces great perfumes in Paris and one other who is into the rat poison business. A fourth is a bottle producer, asking if the future is into plastic or glass bottles. He looks at you all (plus the one on the water business, one more selling shampoo, other producing chemicals for the industry...) as "content producers". Will you agree with his deffinition?
Discussing content is interesting only if you own, produce or sell tubes and bottles -if are into the distribution or storage business, a cable, a mobile opperator. If your on the other side, my friend, you are the first person who wants to avoid this denomination. The problem is that "content" is the way people into the entertainment and information business are calling what they produce and sell -and they are wrong.
The first reason is that you lose the focus: of course, I pay u$ 25 (yes, 25 American dollars at Blackwell) a 3 pages paper from a well known specialist in Kant, and I am the same person who avoids paying a newspapers subscription and prefer to read it online (but at the airport, I pay a very expensive copy of Le Monde and El Pais that I can read when flying). So, content for free or not, it depends...
But the main problem of calling it content is because you transform something that is essentially a service into a product. Give me information of a blue chip company strategic move for free one week late, and will probably thank you -and use for an academic paper, or maybe to package a fish I caught. Give that one they before they actually make the move and I will probably be ready to pay you a lot (well, not really, since it might be a crime if I use it to get rich).
Yesterday's weather forecast and soccer results or tomorrow's? Flight delay delivered automatically into my handheld, I will pay. Information as a service (useful information, when and where needed) most people will pay. Commodity information, they probably wont. As for entertainment, it also depend on the what, when and where.
So, please, be specific. Don't ask me if I ready to pay for (bottled) content; instead, tell me if it is a great isles scotch, a drug for cancer or just plain water. And tell when and where: what need your content will fulfill. There will be occasions for a high price water and a worthless whisky...
(And, yes, I agree with Caspar de Bono: free content is not really free, but someone is paying for it or rather for your time or attention.)