sábado, 29 de setembro de 2007

Se non è vero...


...è bem trovato.

Pudding Media está lançando um serviço experimental: você faz ligaçoes (pelo computador) e, enquanto fala, aparecem anúncios na sua tela. Não qualquer anúncio: se você estiver conversando com seu filho sobre assitir o jogo do Boca e São Paulo (ay!), aparece um anúncio vendendo camisetas, ou passagens para Buenos Aires. Se você discutir com um colega sobre a troca de seu carro, lá vêm Audi e Land Rover. Se você tiver uma quente ligação da sua namorada... just imagine what.
Ligações grátis, em troca por atenção a anúncios: pode não funcionar, mas a idéia vai na direção certa. E, pelo menos, é bom ler alguma notícia um pouco diferente. Esse mundo digital anda chato demais -é como se tudo o mais interessante já tivesse acontecido, e o que vem são variações sobre o mesmo tema.

Como isso está sendo resolvido tecnicamente, pouco interessa. Um sistema de reonhecimento de voz capaz de se ligar num sistema de anúncios contextuais, à maneira do AdSense. Mmmm ... Também é irrelevante a questão de se a empreitada será ou não um sucesso. Eu, particularmente, aposto num fracasso rápido: basta visitar o site (http://puddingmedia.com/) para entender por que. O que interessa é o sentido da ação: troca-se atenção por serviços. Na economia da atenção, informação e entretenimento estão por toda parte: sobram, de fato. O que falta, o que NOS falta é tempo. Ou seja, tempo é um bem escasso, e bens escassos valem dinheiro. Simples, óbvio -e porém ignorado por aqueles que ainda acham que as coisas são como eram, serão como são.

Se quiser ver a matéria completa:
http://techdirt.com/articles/20070924/021714.shtml

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Jornalismo e Internet

Veja a matéria abaixo. Os jornalistas ainda não se tocaram: muito mais importante do que se existirão ou não jornais de papel no futuro (preocupação que somente devia tirar o sono dos fabricantes de papel jornal), é saber o que será do jornalismo com a mudança em curso. O estudo apresentado na matéria abaixo (veja no site original clicando aqui) é relevante -como alguém tirando a mão pela ventana e constatando que chove. Perde, contudo, o importante: o que isso significa?

Estudo aponta descompasso entre jornalistas e leitores

NOVA YORK - A seleção de notícias feita diretamente por leitores seria radicalmente diferente daquela produzida por jornalistas. É a conclusão de um estudo norte-americano que comparou as manchetes publicadas pela imprensa tradicional com as escolhidas em três diferentes canais controlados por usuários de internet.

A pesquisa, conduzida por um núcleo do instituto US Pew Research, comparou reportagens durante sete dias. Os resultados são de interesse tanto de editores de conteúdo jornalístico quanto dos chamados cidadãos-repórteres.

O estudo foi encomendado pelo Project for Excellence in Journalism e fez um raio-X das notícias publicadas na última semana de junho.

A comparação foi feita entre as manchetes de 48 veículos da grande mídia (incluindo TV, rádio e jornais online) e as de três canais feitos por leitores - Reddit, Digg e Del.icio.us.

A descoberta: o interesse dos usuários foi consideravelmente diferente do hierarquizado pelos jornalistas tradicionais. Sete entre dez notícias selecionadas por leitores vieram de blogs ou sites não-jornalísticos. Apenas 5% dos artigos escolhidos estavam entre as dez notícias mais divulgadas pela grande imprensa.

"Usuários gravitam em torno de histórias mais ecléticas. Há a sensação de que leitores peneiram as informações cruas; rumores, fofocas, propaganda e notícias ficam todos misturadas no bolo", afirmou Tom Rosenstiel, um dos autores do estudo.

Em semana dominada por artigos sobre o Iraque e debate sobre imigração, leitores se interessaram mais pelo lançamento do iPhone e a notícia de que a Nintendo havia ultrapassado a Sony em relevância.

No geral, 40% das histórias mais populares do Digg e do Del.icio.us eram relacionadas a tecnologia, seguidas das notícias sobre estilo de vida.


Cidadãos-editores

Uma das maiores diferenças notadas pelos pesquisadores foi a ênfase colocada sobre uma história específica. Enquanto a grande mídia tende a republicar a mesma história com ângulos diferentes a cada dia, leitores preferem mergulhar em uma variedade de tópicos.

"Ficou a sensação de que eles querem saber pouco sobre muitas coisas", disse Rosenstiel.

Mas editores de conteúdo jornalístico não devem fechar seus notebooks e abandonar as canetas. O estudo mostra também que as agências de notícias tradicionais ainda representam um quarto do conteúdo de sites feitos por usuários. Na outra ponta, apenas 1% das notícias selecionadas são conteúdo original.

"Isso sugere que as pessoas estão reorganizando as notícias de acordo com o estilo do jornalismo participativo, em vez da hierarquia dada por editores", afirmou o pesquisador. "Esses sites oferecem uma nova visão sobre as reportagens, mas não quer dizer que o jornalismo tradicional tenha se tornado irrelevante. Está em formação na sociedade um segundo nível de conversa sobre as notícias."

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O poder de ver o mundo das alturas. No seu computador.


É assim que pode se ver um quartel do exército americano, que dever ser remodelado a partir de protestas feitas na imprensa. Foi detectado por usuários do Google Earth. Ou seja: a informação nas mãos do usuário. Veja a matéria em El País clicando aqui.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Mais uma vez: alguém tem dúvida sobre o modelo de negócio na internet?

A Letter to Readers About TimesSelect

Dear NYTimes.com Readers:

Effective Sept. 19, we are ending TimesSelect. All of our online readers will now be able to read Times columnists, access our archives back to 1987 and enjoy many other TimesSelect features that have been added over the last two years – free.

If you are a paying TimesSelect subscriber, you will receive a prorated refund. We will send you an e-mail on Wednesday, Sept. 19 with full details.

Why the change?

Since we launched TimesSelect in 2005, the online landscape has altered significantly. Readers increasingly find news through search, as well as through social networks, blogs and other online sources. In light of this shift, we believe offering unfettered access to New York Times reporting and analysis best serves the interest of our readers, our brand and the long-term vitality of our journalism. We encourage everyone to read our news and opinion – as well as share it, link to it and comment on it.

We welcome all online readers to enjoy the popular and powerful voices that have defined Times commentary – Maureen Dowd, Thomas L. Friedman, Frank Rich, Gail Collins, Paul Krugman, David Brooks, Bob Herbert and Nicholas D. Kristof. And we invite them to become acquainted with our exclusive online journalism – columns by Stanley Fish, Maira Kalman, Dick Cavett and Judith Warner; the Opinionator blog; and guest forums by scientists, musicians and soldiers on the frontlines in Iraq. All this will now reach a broader audience in the United States and around the world.

This month we mark the 156th anniversary of the first issue of The New York Times. Our long, distinguished history is rooted in a commitment to innovation, experimentation and constant change. All three themes were plainly evident in the skillful execution of TimesSelect; they will be on full display as NYTimes.com becomes entirely open.

Sincerely,

Vivian Schiller
Senior Vice President & General Manager
NYTimes.com


(veja mais sobre o fim do conteúdo pago no NYT clicando aqui)


segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Personality goes a long way


[VINCENT] You want some bacon?

[JULES] No, man, I don't eat pork.

[VINCENT] Are you Jewish ?

[JULES] No, I ain't Jewish, i just don't dig on swine, that's all.

[VINCENT] Why not?

[JULES] Pigs are filthy animals. I don't eat filthy animals.

[VINCENT] But bacon tastes good, pork chops taste good...

[JULES] Hey, sewer rat may taste like pumpkin pie,
But I'd never know 'cause I wouldn't eat the filthy motherfuckers.
Pigs sleep and root in shit, that's a filthy animal.
I don't eat nothin' that ain't got sense enough to disregard its own feces.

[VINCENT] How about a dog? A dog eats its own feces

[JULES] I don't eat dog either

[VINCENT] Yeah, but do you consider a dog to be a filthy animal?

[JULES] I wouldn't go so far as to call a dog filthy, but it's definately dirty.
But, dogs got personality, personality goes a long way.

[VINCENT] So by that rationale, if a pig had a better personality, he would cease to be a filty animal. Is that true?

[JULES] We' have to be talkin' 'bout one charmin' motherfuckin' pig.
I mean he'd have to be ten times more charmin' than that Arnold on Green Acres, you know what I'm sayin'?

(Este diálogo é de Pulp Fiction. É engraçado e inteligente e, somehow, eu acho que tem a ver com o tema de que aqui se trata. Se ninguém me corrigir, vou assumir que estou certo e deixar aqui mesmo. ET: Se alguém não conhecer, Arnold é o porquinho da foto, do seriado Green Acres)

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

A boiada vai...


Sabemos como as mudanças acontecem no mercado publicitário. É só começar: a virada começa, a boiada toda vai junto.
Internet como veiculo publicitário importante já está aí. Se alguém tinha dúvidas, pode esquecer. A disparada para a publicidade online começou no Brasil. Vai levar pouco tempo: em um ano cresceu 40% -numa base pequena, é verdade. Enquanto isso, mídias tradicionais continuam a cair. Com UK no 15% e os EUA subindo disparado do 6% que parecia um teto insuperável, com a população aderindo fortemente ao e-commerce e navegando horas a fio, ainda há gente que diz que é para esperar. Crasso engano: quem não se movimentar agora vai perder o benefício de estar entre os primeiros a pegar a nova onda.
Algumas empresas tradicionais já estão se movimentando; outras, ainda pensam. Vai ser interessante assisitir à revolução que já comecou.