quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Férias!!!

O ano acabou -ou quase. Este blogue e este blogueiro tiram férias. Voltamos qualquer hora. Bom 2008!!!

sábado, 15 de dezembro de 2007

No skills or talent? Come and join us

Do Peter Wilby, de The Guardian. Engraçada. E certeira...
(A coluna é muito boa, recomendo a leitura. Começa com uma bela análise de como se constrói um tirano. Clique aqui)

"I have often expressed the view that journalism needs a social class category all to itself. It is not a profession (no esoteric knowledge) nor a skill (many hacks, including me, don't have shorthand) nor a working-class occupation (no manual labour). I would call it unskilled middle class.

Now I discover that Matt Taibbi, Rolling Stone's star reporter, agrees, though he puts it more graphically than I've ever done. "If you have no real knowledge or skill set," he says in an interview, "and you're lazy and full of shit but you want to make a decent wage, then journalism's not a bad career option . . . I can't believe people actually go to journalism school. You can learn the entire thing in, like, three days."

Or, judging from the state of some newspapers, less."

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Como conquistar grandes audiências?

A receita não é complicada: comprometa a sua audiência. Mas para isso precisa: criatividade, coragem e... tecnologia. E precisa saber fazer. A questão é como sair do estágio da participação cosmética do público para um verdadero comprometimento da audiência a partir de uma experiência comum. Do jeito que é hoje, a maioria dos sites é tão participativo quanto um correio de leitores de jornal, ou uma estação de rádio que permite que eu vote ou que escolha uma música.
Uma excelente matéria sobre o tema (de onde tirei a imagem acima) pode ser vista clicando aqui.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Lions For Lambs: Watergate no século XXI

Precisa se olhar por baixo da crítica mais evidente -que é quase banal. Há uma reflexão (ou a a possibilidade de se fazer uma) sobre assuntos que nos dizem respeito. Definindo esse "nos": nos jornalistas, nos intelectuais, nos seres pensantes, nos espíritos críticos...

É engraçado: Robert Redford pintou uma imagem heroica do jornalista engajado, quando Watergate. Muitos fomos à universidade sonhando com aquilo. Hoje, a visão é outra, bem menos heroica.

Os alunos que entram hoje na faculdade, ainda sonham em derrubar presidentes? Isso seria bom? Quanto mal fez aquela imagem do jornalista-heroi?

Mobile Internet: um estudo

A Online Publishers Association (http://www.online-publishers.org/)conduziu um estudo sobre o uso de internet movel (no celular) nos EUA e na Europa. O resultado: o hábito está em aumento, as pessoas preferem o celular para saber dot empo e de resultados de esportes, aceitam pagar por conteúdos personalizados ou segmentados e aceitam publicidade em troca de conteúdo gratis.
Os resultados do estudo estão disponíveis online (clique aqui). Veja os Key Findings:

•Mobile Web access is now nearly ubiquitous; usage lags access, but strong growth expected in '07
•Weather and Sports Information are the most popular on the mobile Web
•Both paid content and advertising are working on the mobile Web
•Mobile Web consumers are most likely to register and personalize Stock & Business News followed by Weather
–In US, over 20% pay for Tech News, Product Info and Lifestyles
–In Europe, Sports is most paid for content
•Mobile Web is a continuation of PC Web –Consumers use the same brands and increase overall Web time

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Da tinta para o pixel, sem perder o glamour


De novo eles: O NYT lançou uma versão online de sua revista Style. Chapeau, les mecs!!! Mais uma vez, o jornal americano dá uma aula. Site de editor (não há conteúdo de usuário), ele consegue ser moderno, elegante, prático, desejável. Nasceu pensado para que a navegação seja gostosa -tão gostosa quanto virar as páginas de papel brilhante de uma revista de luxo. Parabénes, Len!
Quer ver o site, clique aqui
Uma matéria sobre o tema -e uma ótima dica para ler mais- é magCulture. Para ver, clique aqui.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Um quarto dos brasileiros oficialmente online (isso é mais do que a população da Argentina!)

(Da Agência ctrlC ctrlV) De acordo com os dados fornecidos pelo Ibpe e a NetRatings, o Brasil atingiu a marca de 39 milhões de brasileiros acima dos 15 anos com acesso à internet no terceiro trimestre de 2007. O número é 21% maior do que o registrado no mesmo período de 2006.

O total de pessoas com acesso residencial à internet em outubro de 2007 totalizou 30,1 milhões de indivíduos com dois anos ou mais, número 43,7% maior do que o do mesmo período do ano anterior. Também continuamos a ser o país com maior tempo médio de navegação residencial por internauta entre os 10 países monitorados pela Nielsen/Netratings, com 23h12min, 1 hora e 12 minutos mais do que em setembro e 2 horas e 42 minutos acima do tempo de outubro de 2006. Na lista dos cinco países com maior tempo por pessoa no domicílio estão a França (19h27min), os Estados Unidos (19h19min), a Alemanha (18h22min) e o Japão (18h21min).

As categorias com melhor desempenho por número de usuários residenciais em outubro, comparando com setembro, foram: "Ocasiões Especiais", atingindo 3,2 milhões de internautas, "Viagens e Turismo", que recebeu 5,1 milhões de visitantes únicos, "Governo e Empresas sem Fins Lucrativos", com visitas de 10,1 milhões de pessoas, "Casa e Moda", atingindo 6,5 milhões de brasileiros, além de "Finanças, Seguros e Investimento", recebendo a visita de 7,8 milhões de brasileiros.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Quantos somos, quantos fomos, quantos seremos


Procurando com Google a população inglesa no século XVII, dei com um site interesantíssimo: http://www.ldolphin.org/popul.html . Se trata de uma série de estudos sobre a população do mundo ao longo da história. Eu achei fascinante.
Mais uma: o calculador de população mundial em tempo real. http://www.ibiblio.org/lunarbin/worldpop

terça-feira, 27 de novembro de 2007

La Verdad, el Porquero y Agamenón


La verdad es la verdad, la diga Agamenón o el porquero.
Agamenón: Conforme.
El porquero: No me convence.

(Antonio Machado, El Juan de Mairena, citado por Javier Muguerza en el postfacio de Kant, El Conflicto de las Facultades, Alianza Editorial, Madrid, 2003)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Google Magazine


Uma discussão quente nos blogs de tecnologia: Google adquiriu uma patente que pode apontar uma nova direção no mundo editorial. A idéia é simples (de se enunciar) : faça sua própria revista. Isto é, escolha quais artigos você quer ler, imprima (em casa, ou num kiosque) e leve (com anúncios contextuais, claro!). O fim do editor -pelo menos, do que a gente conhece hoje como editor.
Eu sou cético, e não por achar que os editores são seres iluminados. É que liberdade é um bicho chato de se administrar, dá trabalho... eu prefiro que alguém escolha por mim. Claro que, agora mesmo, enquanto escrevo este post (baseado numa notícia tirada da minha página personalizada do Google), escuto uma trilha sonora que eu mesmo montei, e não um CD feito por editor...
Sei lá...
Quem quiser ler mais, clique aqui.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Novo canal

Um novo blog: http://anosabatico.blogspot.com/

Um ano fora do escritório (I)

Foi-se o ano: dia 30 de outubro ou dia 6 de novembro, depende do critério, foi o primeiro aniversário de minha saída do emprego. Um bom emprego, muito bem pago, desafiante e cheio de coisas boas –e, claro, de outras que nem tanto. Mas a decisão de sair, uma decisão que custou tomar, não teve a ver com as coisas ruins do emprego, e sim com uma necessidade interna e muito poderosa.

O que eu fiz neste ano não foi pouco: na primeira semana, aproveitei para assistir um congresso de filosofia em Salvador, com a minha esposa. Triple ganho: conheci Salvador, participei de um belo encontro de alguns dos pensadores mais brilhantes do Brasil e viajei com a Fabiana. Ponto dentro! Depois disso, veio um período de adaptação á nova realidade, em termos práticos: mudança (morava em casa alugada pela empresa, pelo meu regime de expatriado), novo mail, novos telefones de contato, plano de saúde, bancos... isto é, rearranjar as coisas que, normalmente, a empresa ou a minha secretária resolviam. Não foi um bom período: meio angustiante, corrido, sem prazer. Ponto fora! Enquanto isso, continuava estudando. Ai veio o verão, com um contrato para escrever um livro: três meses mergulhado em textos de filosofia, com a minha família e meus amigos de infância perto ou em volta. Prazer, trabalho agradável, estudo... tudo que eu sonhara. Ponto dentro! Parecia que fosse ser isso mesmo. Acabou o verão, acabei o livro, voltei à faculdade, para completar em um ano todo o faltante de graduação (cinco disciplinas) mas todos os créditos da pós (três disciplinas); um monte de coisa para estudar. Enquanto isso, a retomada do contato com colegas de trabalho, e algumas propostas para discutir possíveis empregos. E aí que complica: custava dizer não, mas ao mesmo tempo não estava muito certo de querer aquilo. Um misto de satisfação por ser chamado, medo de perder uma oportunidade, medo de depois não conseguir gerar dinheiro, ansiedade da família (os filhos se preocupam: o que o papai faz não é coisa pouco importante para eles, é parte do que eles são no mundo, perante os outros), ansiedades próprias (filhas dos medos mencionados), e pelo outro lado a noção de que ainda não é tempo, que não é isso que eu quero, que ainda preciso explorar esta experiência de parar o frenesi... Nada deu em nada, as conversas se alastram, há alguma ainda em curso.

Agora, novas ansiedades. Do ponto de vista econômico, tudo calmo: Bovespa ajuda o real se valoriza, enquanto o peso continua desvalorizado. A minha família morando na Argentina, isso significa custos mais baixos, o patrimônio no Brasil, isso significa crescimento patrimonial. Ponto dentro! Mas o aniversário marca uma inflexão, e estou a um mês de acabar os compromissos na faculdade. Ai que a nova ansiedade se instala.

Aparecem outras oportunidades profissionais. As encaro com mais calma: não quero me afobar, e com isso ficar preso em algo que não tenho certeza que seja o que realmente quero, nem tampouco queimar o que pode vir a ser uma boa possibilidade.

Decido pensar com calma. Procuro na internet e encontro alguns sites que falam de e para gente que parou, que resolveu fazer um break na carreira. Escrevo este post, apenas como rascunho ou reflexão em voz alta. Nem é muito o tema deste blog, mas serve para mim.

Vamos nessa. (Continuará)

Os links para os sites que mencionei:

http://en.wikipedia.org/wiki/Career_break
http://en.wikipedia.org/wiki/Sabbatical_year
http://www.thecareerbreaksite.com/site-info/about-us.php
http://www.gapwork.com/careerbreak

E uma matéria sobre os que não param:
http://money.cnn.com/2007/10/30/news/newsmakers/confessions_ceo.fortune/index.htm?postversion=2007110205

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Uma coluna de Maurizio Mauro

No Meio & Mensagem desta semana (veja no site de M&M clicando aqui)

Um bom amigo e casualmente leitor, Andrés Bruzzone, mandou-me um e-mail comentando minha coluna do mês passado a respeito do valor do conteúdo na internet. Como foi o único e-mail argumentativo que recebi nessa nova atividade de colunista, sinto-me na obrigação de voltar ao tema e comentá-lo. Este debate se faz mais difícil na medida em que o conceito de valor é um dos mais complexos das relações econômicas da sociedade. Os conceitos de custo e preço são bem estabelecidos e de fácil compreensão e manuseio, mas o que é valor, o que é valor do conteúdo, entendendo conteúdo como uma obra do espírito humano? Van Gogh, assim como muitos artistas até hoje, morreu miserável porque, em vida, o preço de suas obras era insignificante. Isso quer dizer que sua pintura não tinha valor? Difícil conclusão se considerarmos o que “vale” hoje em dia um quadro dele. Claro que há exemplos contrários, em que as obras tinham preços altos em vida mas, hoje em dia, ninguém se dispõe a pagar um tostão furado por elas.

Voltando ao e-mail, depois de, com generosa sutileza, deixar claro que minha argumentação estava muito hermética, Andrés chama a atenção para o fato de que o dilema do valor do conteúdo é mais um fenômeno da era da internet do que uma questão da plataforma internet. Concordo em parte! Certamente que é mais um sintoma dos tempos, mas claramente originado na evolução dessa tecnologia tão caracteristicamente schumpeteriana. Outro argumento interessante é a característica de reprodutibilidade do conteúdo. Assim, na sua avaliação, o valor do conteúdo diminuiria à medida que este mesmo conteúdo fosse de fácil replicação. Os exemplos, hoje em dia clássicos, são os CDs de música e os capítulos de livros. Sem dúvida, a capacidade de reprodução e principalmente a redução do custo de distribuição parecem ser fatores determinantes do valor do conteúdo, mas sinceramente eu tenho alguma dúvida. Olhando para o caso dos CDs de música, que parecem ser um produto fadado à extinção, dois fenômenos muito interessantes emergem: por um lado, a venda de músicas individuais mostra um sucesso sustentado, e, por outro lado, voltou-se a produzir discos de vinil, vendidos a preços bem altos para a razoavelmente pequena comunidade de fanáticos, pois o vinil é o mais fiel meio de reprodução de som que se conhece. Estes dois casos induzem uma conclusão interessante: por um lado, que o CD não é um veículo adequado, em conveniência e custo, para distribuir uma música individualmente; por outro lado, que o vinil é o melhor veículo para distribuir a melhor qualidade de som. Mas e o valor do conteúdo? Vejam que em nenhum dos dois casos a questão do valor do conteúdo se apresentou. Aqui cabe uma notícia realmente interessante: a editora de Harvard começou a vender capítulos de livros e o sucesso, principalmente entre os estudantes e os leitores casuais, tem se mostrado muito promissor.

Assim ocorre com informações “hiperquentes”, como cotações de Bolsa que têm o seu valor na tempestividade de sua disponibilidade, mas neste caso o que tem valor é o sistema de distribuição que viabiliza essa tempestividade. Assim é o caso de um texto sobre a noção do progresso moral em Kant, pois o que vale a pena pagar é a facilidade para utilizá-lo e não a sua leitura — que é gratuita em qualquer biblioteca minimamente séria.

Antes de abordar o último comentário do meu amigo/ leitor, permito-me voltar ao exemplo de um quadro cuja replicação é quase impossível. Conheço gente que tem paixão infinita por admirar um quadro, e a pessoa que o possui nem o olha. Assim como proprietários de quadros que não permitem a sua exposição pública sob nenhuma hipótese. Em nenhum desses casos a questão do valor do conteúdo se põe: o primeiro não pode pagar, o segundo paga pela sua capacidade de comprar e o terceiro atribui valor a seu egoísmo.

Por fim, Andrés introduz o espinhoso tema da legalidade/ moralidade da compra não oficial de um conteúdo, ou de quanto alguém está disposto a pagar para não infringir a lei ou a moral estabelecida. De novo aqui não se põe a questão do valor do conteúdo e sim o preço de não confrontar a sociedade. Querer aprofundar essa abordagem levaria inexoravelmente à discussão do direito de propriedade, no caso de conteúdos, ao direito autoral. Sinceramente, essa discussão não cabe nesta coluna dedicada à gestão estratégica, e estrategicamente falando creio que, na construção de uma proposta de negócio, o conteúdo tem um papel de diferenciação e a determinação do preço deriva de algum outro fator.

Todo mundo quer ser jornalista!

E os que não querem ser jornalistas, querem ser publicitários...

A Fuvest divulgou nesta segunda-feira a lista com a relação de candidato por vaga que farão vestibular para a USP. Jornalismo é o mais concorrido, com 41,63 pessoas para cada uma das 60 vagas. O segundo curso mais disputado é o de Publicidade e Propaganda, com 41,02 por vaga.

Mas este número engana: se trata de candidatos por vaga, e não de candidatos em termos absolutos. Na USP, o curso de Medicina, que está em 5º lugar na relação de candidatos por vaga, teve o maior número de inscrições: 12.973 candidatos. E antes de Jornalismo, em números absolutos, vêm, além de Medicina, Direito, Engenharia (na Poli), Letras, Administração, Oficial da Polícia, Engenharia (em São Carlos), Arquitetura e História.

Ou seja: por sorte nossa, há mais gente que quer ser médico, arquiteto ou engenheiro, do que jornalista (sorte em termos: há também mais gente que quer ser advogado e policial!).

Uma surpresa, para mim: o número de candidatos a Letras quase que dobra o do candidatos a Jornalismo. Mas, de novo: os números podem mentir. Para saber realmente quantas pessoas aspiram a ser jornalistas deveriamos olhar a soma das universidades e faculdades que oferecem o curso.

Vejam a tabela da Fuvest (publicada no site oficial)

Carreiras 2008 2007
Medicina e Ciências Médicas 12.973 12.341
Direito 11.309 10.022
Engenharia na Escola Politécnica e Computação 10.917 8.562
Letras 5.116 5.688
Administração 5.107 5.644
Oficial da Polícia Militar (masculino) 4.062 3.736
Engenharia – São Carlos 3.450 4.479
Arquitetura – FAU 2.560 2.428
História 2.557 2.933
Jornalismo 2.538 2.722

ET: contra os maldosos que acham que niguém quer ser filósofo: houve 1097 inscrições este ano, para 170 vagas. Isso dá 6.6 candidatos por vaga.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Poisé... o mundo mudou

Aos saudosos de um tempo que se foi. Aos que conhecem e não conhecem mais. O jogo mudou, o Brasil mudou. As telefônicas entraram, revistas de autor fazem sucesso... "Cambia, todo cambia", como diz o refrão de uma música muito querida.

Ufa! Telefônica leva a TVA e Abril leva uma bolada

SÃO PAULO, 31 de outubro de 2007 - O Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou hoje (31) a compra da operadora de TV por assinatura TVA - do Grupo Abril - pela empresa espanhola Telefônica. A decisão confirma a aprovação prévia concedida pela Anatel em julho deste ano, mas que determinava restrições para a operação em São Paulo, onde a Telefônica já é concessionária de serviços de telefonia.

A operação ainda vai ser analisada e julgada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça.

De acordo com o conselheiro da Anatel Antônio Domingos Bedran , as empresas acolheram as restrições impostas pela agência, o que permitiu a aprovação integral da operação. 'O novo acordo de acionistas atende as restrições. Hoje confirmou-se que foram acatadas', disse.

Uma restrição apontada pela Anatel em julho e acolhida pelas empresas foi a retirada de um membro da Telefônica do Conselho de Administração da TVA. 'Está eliminado qualquer tipo de controle acionário ou societário', afirmou Bedran.

A compra da TVA pela Telefônica foi alvo de críticas do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que acusou o Grupo Abril de transferir para um empresa estrangeira o controle acionário de uma operadora de televisão, o que é proibido pela legislação brasileira.

Na Câmara dos Deputados, parlamentares protocolaram um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a operação de venda da TVA. De acordo com a Mesa Diretora da Câmara, a instalação depende da indicação de membros pelos líderes dos partidos.

As informações são da Agência Brasil. (Redação - InvestNews)

"Isso não funciona no Brasil"


Do alto de sua sapiência, o velho papa sentenciou: "Isso aqui não funciona. É revista de autor, e para tribu. Não pode dar certo". A possibilidade de lançar uma versão brasileira da revista Rolling Stone foi assim descartada por um dos grandes grupos de comunicação do país. Poisé: a revista funciona, e muito bem -lançada por um editora pequena e talentosa. Marca pretigiosa, formato conhecido, revista bem feita; o preço de capa (R$ 8,90) é em conta: os leitores aprovam e o mercado publicitário compra. Ainda, celebridades que não curtem (ou dizem que não curtem) outras revistas topam aparecer na RS.
Já dizia o bom e velho Sócrates: quando achamos que sabemos muito é quando mais ignorantes nos tornamos...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Interessante mas parcial (e efetista)

Parada difícil

Sabemos que a Internet e os meios digitais de produção e de armazenamento facilitam muito a reprodução e a distribuição de conteúdos: por muitos isso é visto como o fim dos monopólios midiáticos. Há até militantes convictos, movimentos quase-anarquistas e muito otimismo em rede.

Mas a realidade é mais dura, e vai custar tirar as corporações os lucros da venda e da distribuição de conteúdos. Há uma corrida entre os hackers e os departamentos de tecnologia das empresas -vide o I-Phone.

Às vezes a policia entra em jogo. É o caso de um site inglês de links: não de downloads, mas de links para conteúdos de TV. O que se conhece como mash-up.

A blogosfera está que arde...

Veja a notícia clicando aqui


quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Concentração II

Grupo Abril compra Chinaglia Distribuidora

O Estado de S. Paulo - 16/10/2007

A Distribuidora Nacional de Publicações (Dinap), maior distribuidora de publicações do Brasil - pertencente ao Grupo Abril -, comprou a segunda maior distribuidora do País, a Fernando Chinaglia. A aquisição, que começou a ser informada no final da semana passada às editoras que contratavam os serviços das duas distribuidoras, ainda terá de ser aprovada pelo órgão antitruste do governo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O Grupo Abril tem 15 dias para comunicar a compra.

A Dinap detém cerca de 70% do mercado de distribuição, e atende a 32 mil pontos-de-venda. A empresa atende, além da própria Editora Abril, a outros cerca de 60 clientes. Já a Fernando Chinaglia, dona dos outros 30% do mercado, chega a 28 mil pontos-de-venda e responde pela distribuição de 250 empresas, entre as quais a Editora Três e a Editora Globo.

Nenhuma das empresa quis comentar a operação. A Dinap, que faturou R$ 608 milhões em 2006, cobra em torno de 40% e 45% do valor de capa da publicação para distribuí-la na rede varejista. Já a Fernando Chinaglia, que não informou faturamento, cobra em torno de 37% do preço de capa.

O Grupo Abril alega que o objetivo da aquisição é obter uma logística mais eficiente e de menor custo. Em vez de dois caminhões viajarem longas distâncias carregados pela metade, um só fará o serviço. Para algumas editoras, isso poderá resultar em mais eficiência. Mesmo assim, as menores e as segmentadas temem que o monopólio da distribuição reduza seu poder de negociação.

Para Yara Grottera, diretora de marketing da Editora Globo, é de fundamental importância nesse negócio preservar o que chama de “certos truques” que podem estimular vendas em banca. “A Revista Época (da Editora Globo) sai antes da Veja (Editora Abril), assim como a Marie Claire (Globo) circula dois dias antes da Claudia (Abril). Isso cria oportunidade de venda no varejo, o que não quero perder”, diz.

Nos últimos tempos, Yara diz que vem registrando expansão para os títulos da Editora Globo com vendas avulsas em supermercados e drogarias, entre outros pontos. “A fusão das duas empresas vai fazer com que eu tenha de manter as equipes de marketing mais atentas para não perdermos essas vantagens de vendas.” Lucia Machado, diretora da divisão de publicações infantis da Globo, reconhece que todas as empresas buscam cortar custos e que a logística é um dos fatores que mais pesam nesse cenário. “Para as grandes editoras pode ser ótimo, mas para as pequenas pode ficar mais difícil”.


Concentração I

Plan Would Ease Limits on Media Owners

By STEPHEN LABATON
Published: October 18, 2007

(Matéria publicada no site do NYT)

WASHINGTON, Oct. 17 — The head of the Federal Communications Commission has circulated an ambitious plan to relax the decades-old media ownership rules, including repealing a rule that forbids a company to own both a newspaper and a television or radio station in the same city.

Kevin J. Martin, chairman of the commission, wants to repeal the rule in the next two months — a plan that, if successful, would be a big victory for some executives of media conglomerates.

Among them are Samuel Zell, the Chicago investor who is seeking to complete a buyout of the Tribune Company, and Rupert Murdoch, who has lobbied against the rule for years so that he can continue controlling both The New York Post and a Fox television station in New York.

The proposal appears to have the support of a majority of the five commission members, agency officials said, although it is not clear that Mr. Martin would proceed with a sweeping deregulatory approach on a vote of 3 to 2 — something his predecessor tried without success. In interviews on Wednesday, the agency’s two Democratic members raised questions about Mr. Martin’s approach.

Mr. Martin said he was striving to reach a consensus with his fellow commissioners, both on the schedule and on the underlying rule changes, although he would not say whether he would move the measures forward if he were able to muster only three votes.

“We’ve had six hearings around the country already; we’ve done numerous studies; we’ve been collecting data for the last 18 months; and the issues have been pending for years,” Mr. Martin said in an interview. “I think it is an appropriate time to begin a discussion to complete this rule-making and complete these media ownership issues.”

Officials said the commission would consider loosening the restrictions on the number of radio and television stations a company could own in the same city.

Currently, a company can own two television stations in the larger markets only if at least one is not among the four largest stations and if there are at least eight local stations. The rules also limit the number of radio stations that a company can own to no more than eight in each of the largest markets.

The deregulatory proposal is likely to put the agency once again at the center of a debate between the media companies, which view the restrictions as anachronistic, and civil rights, labor, religious and other groups that maintain the government has let media conglomerates grow too large.

As advertising increasingly migrates from newspapers to the Internet, the newspaper industry has undergone a wave of upheaval and consolidation. That has put new pressure on regulators to loosen ownership rules. But deregulation in the media is difficult politically, because many Republican and Democratic lawmakers are concerned about news outlets in their districts being too tightly controlled by too few companies.

In recent months, industry executives had all but abandoned the hope that regulators would try to modify the ownership rules in the waning days of the Bush administration.

“This is a big deal because we have way too much concentration of media ownership in the United States,” Senator Byron L. Dorgan, Democrat of North Dakota, said at a hearing on Wednesday called to examine the digital transition of the television industry.

“If the chairman intends to do something by the end of the year,” Mr. Dorgan added, his voice rising, “then there will be a firestorm of protest and I’m going to be carrying the wood.”

Supporters of the changes say that the rules are outdated and that there is ample empirical evidence to support their repeal. A small number of media companies, including The New York Times Company, are able to own both a newspaper and a radio station in the same city because the cross-ownership restrictions, which went into effect in 1974, were not applied retroactively.

Mr. Martin faces obstacles within the agency to overhauling the rules. One Democrat on the commission, Michael J. Copps, is adamantly opposed to loosening the rules. The other, Jonathan S. Adelstein, has said that the agency first needs to address other media issues, including encouraging improved coverage of local events and greater ownership of stations by companies controlled by women and minorities.

Advisers to Mr. Martin said he hoped to gain the support of at least one of the Democrats, probably Mr. Adelstein, but Mr. Adelstein said in an interview on Wednesday that Mr. Martin’s proposed timetable was “awfully aggressive.”

Three years ago, the commission lost a major court challenge to its last effort, led by Michael K. Powell, its chairman at the time, to relax the media ownership rules. The United States Court of Appeals for the Third Circuit, in Philadelphia, concluded that the commission had failed to adequately justify the new rules. Mr. Martin’s proposal would presumably include new evidence aimed at fending off similar legal challenges.

Mr. Powell’s effort, which had been supported by lobbyists for broadcasters, newspapers and major media conglomerates, provoked a wave of criticism from a broad coalition of opponents. Among them were the National Organization for Women, the National Rifle Association, the Parents Television Council and the United States Conference of Catholic Bishops.

The agency was flooded with nearly three million comments against changing the rules, the most it has ever received in a rule-making process.

Since the appeals court struck down the deregulatory changes, the commission has continued to study the issues at a leisurely pace, and it held a series of hearings around the nation. It had not made any new proposals, and industry executives had not expected the agency to move again so soon.

But in recent days, Mr. Martin has proposed to expedite the rule-making and hold a final vote in December. In part, he has told commission officials, he was reacting to criticism by Mr. Copps about temporary waivers that have allowed companies to own newspapers and stations in the same market.

Mr. Zell has said he wants to complete his $8.2 billion buyout of Tribune Company by the end of the year. Tribune had been granted what were supposed to be temporary waivers to the rule to allow it to control newspapers and television stations in five cities: New York, Chicago, Los Angeles, Hartford and the Miami-Fort Lauderdale area.

Mr. Copps, who for years has waged a campaign against media consolidation, said that it would be hard for the commission to proceed during an election year because media consolidation has provoked deep public skepticism in the past.

He said Mr. Martin’s proposal to complete a relaxation of the rules in December would require procedural shortcuts, giving the public too little time to comment on the proposals and industry experts too little time to weigh their impact on news operations.

“We shouldn’t be doing anything without having a credible process and nothing should be done to get in the way of Congressional oversight and more importantly, public oversight,” Mr. Copps said in a telephone interview from London. “We’ve got to have that public scrutiny. That was one of the big mistakes that Mr. Powell made, and he was taken to the woodshed by the Third Circuit. I fear it is déjà vu all over again.”

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Para os céticos: meu primeiro ganho na web


Acabo de ver meu estado de conta no AdWords: sou credor de $ 0,34 por conta de acessos feitos, a partir da minha página (este blog) a contas de anunciantes de Google. Não é muito, é verdade, mas é um começo alentador. Ganhei 24 centavos em julho e 10 centavos em setembro. Toda fortuna teve seus primeiros 34 centavos. Bem-vindos estes!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Digamos que... você resolveu estudar filosofia após os quarenta


Digamos que você se deu bem na vida. Fez uma brilhante carreira profissional, tem bons amigos, formou família. Tem aquele cargo e aquele carro que os outros invejam, o salário e o reconhecimento que deixam mãe e pai orgulhosos. Tem filhos que o amam e uma esposa adorável, casa na praia, cartão platinum, poupança. A saúde, bem obrigado: corre e joga tênis, bebe com moderação, não fuma e come equilibrado – é o cara que o médico da firma põe como exemplo.

Digamos que você é o que se diz um cara de sucesso, e ainda bom sujeito. Pede por favor à secretária, é gentil com os funcionários, os colegas o respeitam, os vizinhos falam bem. Deu uma mão ao amigo quando foi preciso, a família sabe que pode contar, não vai à igreja mas também não teria grandes pecados para confessar. Na política, odeia os extremos e se indigna lendo o jornal.

Tem tudo para ser feliz -e é! Não dá para dizer que não é, seria muita ingratidão com a vida, que tanto lhe deu. Ou, melhor, ninguém lhe deu: você fez para merecer, trabalhou duro, não saiu da linha, soube superar os momentos difíceis e aferrar as oportunidades. Hoje vê o fruto de tanto esforço; senta para olhar o horizonte e, enquanto o sol se põe e o pessoal vai deixando a praia, você faz um balanço, satisfeito, coçando a barriguinha -que anda resistindo até mesmo a série extra de abdominais.

Mas há algo que incomoda. Um ruido de fundo, uma vozinha lá atrás que atrapalha. Algo que está ameaçando estragar a cena de comercial de cartão de crédito -ou de banco, ou de carro, ou de refrigerante... E você percebe que estava um passo antes de começar a se perguntar se isso tudo basta, sem entender como poderia não bastar. Mas você já se perguntou, e agora não dá para voltar atrás. Como no poema de Yeats, você se perguntou: Now, what?

Digamos que isso aconteceu com você. Que pode não ter admitido para ninguém, nem para você mesmo, mas ao ler estas linhas há algo que soa familiar e você não consegue evitar pensar se estou escrevendo para você. E digamos que estou, efetivamente, escrevendo esta coluna para você.

Se isso está acontecendo, se você é esse bom sujeito bem sucedido de quem e para quem estou aqui falando, profissional ou executivo que sente que algo mas é possível ou preciso, então, meu amigo, é bom fazer como você sempre fez: encarar as coisas e decidir por você mesmo. Afinal, se trata de sua vida, e nesta altura você já sabe que o tempo corre e não volta. Vários caminhos são possíveis. Um deles é a filosofia -deixemos que sobre outros lhe contem os escritores de auto-ajuda, os psicanalistas, os monges ou o médico que prescreve Prozac.

Digamos, então, agora, que você resolver estudar filosofia. Pode começar com um livro, com um curso breve ou até mesmo assistindo algumas aulas como ouvinte, qualquer caminho serve. O que importa é se deixar levar, jogar segundo as regras -ou seja, ler e escutar com calma, procurando se colocar na pele do filósofo, qualquer que seja, vestir seu modo de pensar para depois, somente depois, sair dele e ver o que aconteceu.

Aprende-se a filosofar, não filosofia, disse alguém (mas há sempre quem se oponha e diga o contrário: faz parte, é assim mesmo). Interessa menos saber quem disse o que e mais, muito mais, se expor a novos e diferentes modos de manejar uma idéia, de pôr as rodas do pensamento a funcionar a partir de algo que emerge do quotidiano e se mostra com novos contornos. Por exemplo, essa frase que acabei de citar: “Aprende-se a filosofar, não filosofia”. O que isso significa, qual é a diferença, e por que isso poderia ser relevante?

O que esta frase quer dizer é que a filosofia não é um conhecimento que se acumula, no sentido de saberes que vão se somando e que se retiram de um estoque para ocasiões necessárias. Não se trata de decorar filosofemas (isto é, frases de conteúdo filosófico) como “Penso, logo existo”, “Sou a história que conto a mim mesmo” ou "O coração tem razões que a razão não compreende". Ou seja, aprender filosofia não é propriamente aprender como é aprender estudar história, ou literatura inglesa. Estudar filosofia parece bastante com exercitar-se num novo esporte: aprendem-se movimentos novos, treina-se por repetição, no começo custa e dói. Após um certo tempo, você descobre que adquiriu uma habilidade nova, que músculos que nem sequer sabia que existiam estão aí, funcionando e dando novas satisfações.

Lê-se muito e se escreve muito quando se estuda filosofia. Ler passa a ser algo diferente do que sempre fora: há técnicas de abordagem do texto, o manejo dos conceitos se faz mais eficaz. A mesma coisa acontece com o exercício de escrever: as palavras ficam mais visíveis, e escrever é uma forma de pensar; o filósofo é o que em alemão se diz um Federdenker, isto é, alguém que pensa escrevendo. Quem escreve bem tem mais facilidade para estudar filosofia, isso é fato, mas quem estuda filosofia necessariamente passa a escrever melhor -e escrever melhor é pensar melhor.

A experiência de vida ajuda, e muito. Quem viveu e viveu bem pode não ter a flexibilidade de um adolescente, mas tem músculos que fortalecer, não apenas fazer mais maleáveis. Existem excelentes e péssimos alunos de todas as idades, e você, que resolveu voltar a estudar após uma carreira bem sucedida, tem vantagens que outros não têm.

Os músculos que se exercitam ao encarar a filosofia são os do pensar. Alguém que estuda filosofia exercita o raciocínio lógico (a ferramenta da razão) e melhora a capacidade para tomar decisões. Aprimora a oratória, incrementa as habilidades de comunicação, de persuasão. Uma formação filosófica dá elementos para analisar melhor uma situação de mercado, a dinâmica de uma equipe, uma campanha publicitária...

Nesse sentido estudar filosofia pode ser de grande ajuda na carreira ou na profissão, qualquer que seja a carreira, qualquer que seja a profissão. O alemão Immanuel Kant dizia que a filosofia pode ser serva de outros saberes -apenas punha em dúvida se era a serva que ia à frente portando a luz para iluminar o caminho de sua senhora, ou atrás dela, levando o manto para não sujar.

Assim, a filosofia pode ser um reforço na hora em que você encara a reta final de sua carreira -talvez a mais rica. O problema (é aqui o dever de honestidade exige advertirmos sobre os riscos) é que a filosofia muda mais do que apenas as ferramentas do pensar aplicado.

O que muda, substancialmente, quando você encara o estudo sério da filosofia é o que os alemães (de novo eles!) chamam de Weltanschauung; algo assim como visão de mundo ou cosmovisão. Isto é, o lugar onde você está parado, o que o rodeia, o que é importante e o que não é importante. E nisso, os seus valores antigos podem ser questionados, ficar expostos nas suas fraquezas ou contradições. A foto do comercial de cartão de crédito pode se mostrar isso, apenas uma foto bonita feita por alguém outro para você se encaixar nela. E aí casa de praia, vinho italiano, charutos, carro novo podem vir a perder atratividade e importância na sua vida.

Se isso acontecer, pode ser que você comece de novo. Que você ganhe uma nova juventude, com o que isso pode ter de bom e de ruim: novos desafios e novas metas, mas também novos riscos e as dores que toda mudança importante acarreta. Tenha por certo que muita gente não irá entender, mas saiba também que, se for o caso, você não irá se importar tanto.

Digamos que, feitas as advertências, você resolve arriscar e tentar. Então vale uma lembrança do estóico Séneca: “entre postergação e postergação, a vida passa”.

Ou seja: faça logo.


Forever Young

(r. stewart/j.cregan/k.savigar)

May the good lord be with you
Down every road you roam
And may sunshine and happiness
Surround you when youre far from home
And may you grow to be proud
Dignified and true
And do unto others
As youd have done to you
Be courageous and be brave
And in my heart youll always stay
Forever young, forever young
Forever young, forever young

May good fortune be with you
May your guiding light be strong
Build a stairway to heaven
With a prince or a vagabond

And may you never love in vain
And in my heart you will remain
Forever young, forever young
Forever young, forever young
Forever young
Forever young

And when you finally fly away
Ill be hoping that I served you well
For all the wisdom of a lifetime
No one can ever tell

But whatever road you choose
Im right behind you, win or lose
Forever young, forever young
Forever young ,forever young
Forever young, forever young
For, forever young, forever young

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Kantianamente

"Quien puede mandar, aunque sea un humilde sevidor de algún otro, se ufana de ser más importante que quien no manda sobre nadie, pero es libre". (Ak. VII 20)

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Google, we love you!


Em 2004 lançaram a $ 85. Hoje, valem quase $ 600.

As ações da Google continuam subindo: o modelo de negócio está sendo eficaz, a proposta de valor funciona. E os investidores fazem a festa. Veja a matéria na Bloomberg clicando aqui.

Google Stock Approaches $600 as Web Ad Spending Soars

By Ari Levy

Oct. 2 (Bloomberg) -- Google Inc. shares may surpass $600 for the first time as investors bet the world's most popular Internet search engine will capture more sales from companies shifting advertising spending to the Web.

Google, which began trading at $85 in 2004, has the sixth- highest stock price in the U.S. and has surged 27 percent this year. The shares rose $1.84 to $584.39 at 4 p.m. New York time on the Nasdaq Stock Market and earlier reached $596.81.

The search engine has taken users from Yahoo! Inc. and Microsoft Corp., pushing sales growth to at least 70 percent in each of the past three years. Google plans to lure more Web surfers and advertisers through the YouTube video site, bought last year, and has introduced software to sell mobile ads.

``Google is still dominating,'' Piper Jaffray & Co. Web analysts including Gene Munster said in an Oct. 1 report.

sábado, 29 de setembro de 2007

Se non è vero...


...è bem trovato.

Pudding Media está lançando um serviço experimental: você faz ligaçoes (pelo computador) e, enquanto fala, aparecem anúncios na sua tela. Não qualquer anúncio: se você estiver conversando com seu filho sobre assitir o jogo do Boca e São Paulo (ay!), aparece um anúncio vendendo camisetas, ou passagens para Buenos Aires. Se você discutir com um colega sobre a troca de seu carro, lá vêm Audi e Land Rover. Se você tiver uma quente ligação da sua namorada... just imagine what.
Ligações grátis, em troca por atenção a anúncios: pode não funcionar, mas a idéia vai na direção certa. E, pelo menos, é bom ler alguma notícia um pouco diferente. Esse mundo digital anda chato demais -é como se tudo o mais interessante já tivesse acontecido, e o que vem são variações sobre o mesmo tema.

Como isso está sendo resolvido tecnicamente, pouco interessa. Um sistema de reonhecimento de voz capaz de se ligar num sistema de anúncios contextuais, à maneira do AdSense. Mmmm ... Também é irrelevante a questão de se a empreitada será ou não um sucesso. Eu, particularmente, aposto num fracasso rápido: basta visitar o site (http://puddingmedia.com/) para entender por que. O que interessa é o sentido da ação: troca-se atenção por serviços. Na economia da atenção, informação e entretenimento estão por toda parte: sobram, de fato. O que falta, o que NOS falta é tempo. Ou seja, tempo é um bem escasso, e bens escassos valem dinheiro. Simples, óbvio -e porém ignorado por aqueles que ainda acham que as coisas são como eram, serão como são.

Se quiser ver a matéria completa:
http://techdirt.com/articles/20070924/021714.shtml

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Jornalismo e Internet

Veja a matéria abaixo. Os jornalistas ainda não se tocaram: muito mais importante do que se existirão ou não jornais de papel no futuro (preocupação que somente devia tirar o sono dos fabricantes de papel jornal), é saber o que será do jornalismo com a mudança em curso. O estudo apresentado na matéria abaixo (veja no site original clicando aqui) é relevante -como alguém tirando a mão pela ventana e constatando que chove. Perde, contudo, o importante: o que isso significa?

Estudo aponta descompasso entre jornalistas e leitores

NOVA YORK - A seleção de notícias feita diretamente por leitores seria radicalmente diferente daquela produzida por jornalistas. É a conclusão de um estudo norte-americano que comparou as manchetes publicadas pela imprensa tradicional com as escolhidas em três diferentes canais controlados por usuários de internet.

A pesquisa, conduzida por um núcleo do instituto US Pew Research, comparou reportagens durante sete dias. Os resultados são de interesse tanto de editores de conteúdo jornalístico quanto dos chamados cidadãos-repórteres.

O estudo foi encomendado pelo Project for Excellence in Journalism e fez um raio-X das notícias publicadas na última semana de junho.

A comparação foi feita entre as manchetes de 48 veículos da grande mídia (incluindo TV, rádio e jornais online) e as de três canais feitos por leitores - Reddit, Digg e Del.icio.us.

A descoberta: o interesse dos usuários foi consideravelmente diferente do hierarquizado pelos jornalistas tradicionais. Sete entre dez notícias selecionadas por leitores vieram de blogs ou sites não-jornalísticos. Apenas 5% dos artigos escolhidos estavam entre as dez notícias mais divulgadas pela grande imprensa.

"Usuários gravitam em torno de histórias mais ecléticas. Há a sensação de que leitores peneiram as informações cruas; rumores, fofocas, propaganda e notícias ficam todos misturadas no bolo", afirmou Tom Rosenstiel, um dos autores do estudo.

Em semana dominada por artigos sobre o Iraque e debate sobre imigração, leitores se interessaram mais pelo lançamento do iPhone e a notícia de que a Nintendo havia ultrapassado a Sony em relevância.

No geral, 40% das histórias mais populares do Digg e do Del.icio.us eram relacionadas a tecnologia, seguidas das notícias sobre estilo de vida.


Cidadãos-editores

Uma das maiores diferenças notadas pelos pesquisadores foi a ênfase colocada sobre uma história específica. Enquanto a grande mídia tende a republicar a mesma história com ângulos diferentes a cada dia, leitores preferem mergulhar em uma variedade de tópicos.

"Ficou a sensação de que eles querem saber pouco sobre muitas coisas", disse Rosenstiel.

Mas editores de conteúdo jornalístico não devem fechar seus notebooks e abandonar as canetas. O estudo mostra também que as agências de notícias tradicionais ainda representam um quarto do conteúdo de sites feitos por usuários. Na outra ponta, apenas 1% das notícias selecionadas são conteúdo original.

"Isso sugere que as pessoas estão reorganizando as notícias de acordo com o estilo do jornalismo participativo, em vez da hierarquia dada por editores", afirmou o pesquisador. "Esses sites oferecem uma nova visão sobre as reportagens, mas não quer dizer que o jornalismo tradicional tenha se tornado irrelevante. Está em formação na sociedade um segundo nível de conversa sobre as notícias."

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O poder de ver o mundo das alturas. No seu computador.


É assim que pode se ver um quartel do exército americano, que dever ser remodelado a partir de protestas feitas na imprensa. Foi detectado por usuários do Google Earth. Ou seja: a informação nas mãos do usuário. Veja a matéria em El País clicando aqui.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Mais uma vez: alguém tem dúvida sobre o modelo de negócio na internet?

A Letter to Readers About TimesSelect

Dear NYTimes.com Readers:

Effective Sept. 19, we are ending TimesSelect. All of our online readers will now be able to read Times columnists, access our archives back to 1987 and enjoy many other TimesSelect features that have been added over the last two years – free.

If you are a paying TimesSelect subscriber, you will receive a prorated refund. We will send you an e-mail on Wednesday, Sept. 19 with full details.

Why the change?

Since we launched TimesSelect in 2005, the online landscape has altered significantly. Readers increasingly find news through search, as well as through social networks, blogs and other online sources. In light of this shift, we believe offering unfettered access to New York Times reporting and analysis best serves the interest of our readers, our brand and the long-term vitality of our journalism. We encourage everyone to read our news and opinion – as well as share it, link to it and comment on it.

We welcome all online readers to enjoy the popular and powerful voices that have defined Times commentary – Maureen Dowd, Thomas L. Friedman, Frank Rich, Gail Collins, Paul Krugman, David Brooks, Bob Herbert and Nicholas D. Kristof. And we invite them to become acquainted with our exclusive online journalism – columns by Stanley Fish, Maira Kalman, Dick Cavett and Judith Warner; the Opinionator blog; and guest forums by scientists, musicians and soldiers on the frontlines in Iraq. All this will now reach a broader audience in the United States and around the world.

This month we mark the 156th anniversary of the first issue of The New York Times. Our long, distinguished history is rooted in a commitment to innovation, experimentation and constant change. All three themes were plainly evident in the skillful execution of TimesSelect; they will be on full display as NYTimes.com becomes entirely open.

Sincerely,

Vivian Schiller
Senior Vice President & General Manager
NYTimes.com


(veja mais sobre o fim do conteúdo pago no NYT clicando aqui)


segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Personality goes a long way


[VINCENT] You want some bacon?

[JULES] No, man, I don't eat pork.

[VINCENT] Are you Jewish ?

[JULES] No, I ain't Jewish, i just don't dig on swine, that's all.

[VINCENT] Why not?

[JULES] Pigs are filthy animals. I don't eat filthy animals.

[VINCENT] But bacon tastes good, pork chops taste good...

[JULES] Hey, sewer rat may taste like pumpkin pie,
But I'd never know 'cause I wouldn't eat the filthy motherfuckers.
Pigs sleep and root in shit, that's a filthy animal.
I don't eat nothin' that ain't got sense enough to disregard its own feces.

[VINCENT] How about a dog? A dog eats its own feces

[JULES] I don't eat dog either

[VINCENT] Yeah, but do you consider a dog to be a filthy animal?

[JULES] I wouldn't go so far as to call a dog filthy, but it's definately dirty.
But, dogs got personality, personality goes a long way.

[VINCENT] So by that rationale, if a pig had a better personality, he would cease to be a filty animal. Is that true?

[JULES] We' have to be talkin' 'bout one charmin' motherfuckin' pig.
I mean he'd have to be ten times more charmin' than that Arnold on Green Acres, you know what I'm sayin'?

(Este diálogo é de Pulp Fiction. É engraçado e inteligente e, somehow, eu acho que tem a ver com o tema de que aqui se trata. Se ninguém me corrigir, vou assumir que estou certo e deixar aqui mesmo. ET: Se alguém não conhecer, Arnold é o porquinho da foto, do seriado Green Acres)

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

A boiada vai...


Sabemos como as mudanças acontecem no mercado publicitário. É só começar: a virada começa, a boiada toda vai junto.
Internet como veiculo publicitário importante já está aí. Se alguém tinha dúvidas, pode esquecer. A disparada para a publicidade online começou no Brasil. Vai levar pouco tempo: em um ano cresceu 40% -numa base pequena, é verdade. Enquanto isso, mídias tradicionais continuam a cair. Com UK no 15% e os EUA subindo disparado do 6% que parecia um teto insuperável, com a população aderindo fortemente ao e-commerce e navegando horas a fio, ainda há gente que diz que é para esperar. Crasso engano: quem não se movimentar agora vai perder o benefício de estar entre os primeiros a pegar a nova onda.
Algumas empresas tradicionais já estão se movimentando; outras, ainda pensam. Vai ser interessante assisitir à revolução que já comecou.

sábado, 18 de agosto de 2007

Íxion, Tântalo e as Danaides


"Todo QUERER nasce de uma necessidade, portanto de uma carência, logo, de um sofrimento. A satisfação põe um fim ao sofrimento; todavia, contra cada desejo satisfeito permanecem pelo menos dez que não o são. Ademais, a nossa cobiça dura muito, as nossas exigências não conhecem limites; a satisfação, ao contrário, é breve e módica. Mesmo a satisfação final é apenas aparente: o desejo satisfeito logo dá lugar a um novo: aquele é um erro conhecido, este um erro ainda desconhecido. Objeto algum alcançado pelo querer pode fornecer uma satisfação duradoura, sem fim, mas ela se assemelha sempre apenas a uma esmola atirada ao mendigo, que torna sua vida menos miserável hoje, para prolongar seu tormento amanhã. (...) O sujeito do querer, conseqüentemente, está sempre atado à roda de Íxion que não cessa de girar, está sempre enchendo os tonéis das Danaides, é o eternamente sedento Tântalo".

(Schopenhauer, A., O Mundo como Vontade e como Representação, I 231)

Íxion foi condenado, por seduzir Hera, esposa de Zeus, a girar eternamente numa roda flamejante. Tântalo, à sede e fome eternas: ele tenta alcançar os frutos de um galho que o vento sempre afasta. As Danaides devem encher com água tonéis que não têm fundo.

Qualquer semelhança com o destino da Humanidade não é mera coincidência. Qualquer referência à roda dos meios de comunicação-informação-entretenimento, também não.

Somos vítimas de esse castigo ou vitimários
? O ambas as duas coisas?

Quem é o rato, quem o filósofo?

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Um texto em espanhol: Sobre máscaras e citações

Isto não é propriamente sobre meios e comunicação, mas a ditadura do editor me autoriza a publicar, mesmo assim.

Trata-se de uma reação a um texto de Jorge Fontevecchia no jornal Perfil. (Veja clicando aqui)


Sobre citas y máscaras

Los cuadernos escolares, de lomo sobado y páginas de caligrafía cuidadosa, guardaban el secreto de aquel hombre cordial, sensible y culto. Frases organizadas en volúmenes temáticos mostraban el mapa de treinta años lecturas del embajador, lecturas esforzadas por quien fuera un joven pobre de economía y rico de voluntad, de ambición, de inteligencia. Había comenzado, según me dijo, por una lista de libros (era un número preciso, que no recuerdo) hecha a pedido por un amigo culto. “Si voy a almorzar con alguien que tiene que ver con el arte, busco mi cuaderno de citas artísticas y memorizo algunas. También los uso mucho para escribir cartas, quedan mucho mejor”, explicó con una candidez que me pareció conmovedora. El embajador citaba para ornamentar un diálogo o una carta, para decorar; Proust, Galileo, Descartes y Leibniz cumplían en el salón del diplomático la misma función que las piezas de plata alineadas en la vitrina y la corbata de seda con florcitas. Función legítima, sin duda, y eficaz.

Citar es un hábito de larga tradición. Gracias a las citas de Aristóteles podemos conocer a los que llamamos de presocráticos, y es toda una discusión de los platónicos qué le corresponde efectivamente al autor y qué a sus personaje central, Sócrates (los diálogos platónicos son piezas construidas como largas citas del maestro). Los padres de la iglesia citaban a Platón y a la Escritura para sustentar sus argumentos, y la filosofía medieval se construye, por su parte a partir de citas e interpretaciones de todos ellos (Platón, Aristóteles, la Biblia y los padres de la iglesia). La filosofía moderna, el Iluminismo, la tradición alemana… toda la historia del pensamiento occidental se hace a partir de referencias textuales, explícitas o no. Una dificultad grande para abordar textos medievales, por ejemplo, es el sistema de citas sin referencia. Hombres de gran cultura, como San Agustín, escribían citando de memoria y sin comillas (no existían), sabiendo que el lector docto reconocería los pasajes de aquellos autores como Ovidio, Cicerón, Boecio, que toda persona letrada había estudiado (es decir, aprendido a recitar) en el curso de una formación clásica.

Pueden ser muchos y muy diferentes los objetivos de una cita en un texto filosófico. A veces se cita para defender una línea argumental, para contrastar, para refutar… Los filósofos son muchas veces deshonestos en sus referencias. Guillermo de Ockham con Agustín, Kant con Constant, Schopenhauer con Kant, Nietzsche con Platón… citar en beneficio propio es práctica corriente de la mejor filosofía. También, claro, se cita como homenaje o como punto de partida para una construcción ulterior: Tarski cita a Aristóteles para desarrollar una teoría de la verdad, Hegel cita a Heráclito, Arendt cita a Heidegger.

Diferente es el caso de la cita filosófica hecha fuera del texto filosófico, y su uso debe ser hecho y mirado con cura. Los llamados filosofemas pueden servir para decir cualquier cosa, y no necesariamente aquello que el autor citado quiso decir. “Dios ha muerto”, “El fin justifica los medios”, “Pienso, luego existo” son filosofemas, no filosofía. Decir que “No hay injusticia mayor que la de parecer justo” es una frase inteligente entre muchas otras dichas por Platón, pero citarla fuera de la economía argumentativa del texto no es hacer filosofía. Es más, muchas veces puede ser deformar la filosofía.

Me dijeron una vez que un ingeniero mira las cosas pensando cómo copiarlas y un periodista las mira pensando como contarlas (no era un elogio, quien me lo dijo era un amigo ingeniero, claro). Hay una categoría periodística que me parece nueva en la Argentina (pero puede ser mero desconocimiento) que usa la cita culta con profusión. El periodista es normalmente intuitivo, y no filósofo ni intelectual; lee como periodista y cita como periodista, y si es bueno y lo hace bien, su texto funciona y deja en el lector la doble impresión de que leyó un texto culto y de que es él mismo, lector, persona algo más culta después de ese contacto con autores importantes. No importa si ese contacto fue a través de píldoras de sabiduría, leímos algunas frases entre comillas, las entendimos, ergo, somos gente inteligente. Y culta.

Me pregunto cuál es la función de la cita en un texto como La Máscara y el Semblante. No es, sin duda, una función intelectual. No se trata de poner en marcha el proceso del pensamiento, de establecer un nuevo punto de partida para que lleguemos a una nueva comprensión de lo que en ese texto se llama “lo real”. Ni es, o por lo menos no en ese caso particular, una cita hecha apenas para decorar un discurso periodístico (la cita es casi toda en sí misma el texto). Tal vez esta cita sea, paradójicamente, ella misma encarnación de la tesis que defiende, y es por eso que me parece interesante. Por lo que dice, dónde lo dice, por la pluma de quién lo dice y en referencia a quién lo dice.

El texto habla de máscaras que nos ponemos para parecer algo que no somos, y de cómo las máscaras pueden ocupar el lugar del rostro sin que nos demos cuenta de esta substitución, sin que percibamos que al vestir la máscara es ella la que nos viste –aunque no sepamos exactamente de qué nos viste (Un travesti viste la máscara de una mujer; la apropiación no lo hace mujer sino un hombre con máscara de mujer). La larga cita de Joan Rivière (en verdad, cita de una cita: Lacan cita a Rivière, y es por su parte citado), ocupando el lugar central de la columna de un periodista, cumple efectivamente la función de máscara a la que hace referencia. Por un juego de sustituciones, dice lo que el autor de la columna quiere que diga (Joan Rivière, claro, no se estaba refiriendo a ningún candidato presidencial argentino), y que el periodista no quiere o no puede poner en sus propias palabras. El periodista viste así la máscara del intelectual que cita al intelectual, se pone la máscara de Joan Rivière para hablar de la máscara de alguien se pone, sin percibir que él mismo está vistiendo una máscara y sin pensar en qué eso lo convierte.

No me interesa el caso particular de esta columna sino aquello a me remite en el reencuentro con la Argentina después de quince años de alejamiento. La referencia a la máscara, el proceso por el cual esta referencia se realiza, revela un trazo tan fuerte como difícil de percibir: el juego de las máscaras, el juego de substituciones donde importa parecer los que no se es y se acaba siendo lo que no se quiere. Ingenieros y licenciados que no son, periodistas travestidos en intelectuales, dirigentes populares a fuerza de camiseta, deportistas convertidos a políticos y manifestantes de piquete hechos atracción televisiva. Tal vez sea por eso que modelos, transexuales, vedettes y presentadores de TV ocupan un lugar tan central en la escena argentina como en ningún otro país que conozca. Y el botox, la cirugía, la plástica; no es sólo para aquellas profesiones, actividades o categorías que se definen por la imagen física. Es casi, digamos, natural, que una actriz luche contra el tiempo para mantener la imagen que la hizo famosa; no es natural, y confieso que me cuesta entenderlo, en intelectuales, periodistas, políticos.

Tal vez sea significativo que en esta sociedad en la que lo que (a)parece es más importante que lo que es, el lugar de una revista que se llamaba Gente haya sido ocupada por otra que se llama Caras. Lo que nos devuelve al autor de la columna.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Acidente da TAM no YouTube

Usar os recursos do meio

Internet não é uma revista na tela, não é um jornal atualizado em tempo real, não é TV no computador. É isso tudo, mais recursos novos que nós, jornalistas, precisamos aprender a usar. Um belo exemplo das possibilidades abertas é a animação do acidente da TAM feita pelo diário espanhol El País (veja aqui). UOL também fez uma reconstrução, que pode ser vista clicando aqui.
Outras simulações, no YouTube, clique aqui.

(Obrigado, Edson)

terça-feira, 31 de julho de 2007

Tempestade para os jornais, vento em popa para a mídia colaborativa

Não está fácil a vida para os jornais nos EUA. Este gráfico diz muito: a publicidade não mais cai: despenca. Sobre tudo nos classificados, que estão migrando a velocidade absurda para a internet (Clique aqui e veja a matéria completa no Wall Street Journal. Online, claro). Na outra ponta, fenômenos de hiper-localização continuam a surgir. Veja um bom exemplo: o site yelp, que promove conteúdo participativo e está levando uma fatia crescente do bolo -trazendo, inclusive novos anunciantes ao mercado. Veja a matéria da C-Net clicando aqui. E preste atenção em quem está bancando a empreitada.

O vento não está mudando: o vento já mudou.

À mídia tradicional cabe aceitar a nova realidade, ajustar as velas e tentar se adaptar. Não será fácil nem há garantias, mas como em qualquer mudança de vento, timming é tudo: não dá para virar cedo demais -mas se não virar, é garantia de problemas.

Ainda há muito mar pela frente, e não dispomos de cartas nem de GPS.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Filhos e a Internet

Um aspecto difícil da revolução digital: como nos conduzirmos nós, pais imigrantes digitais, com nossos filhos nativos digitais. Muitas perguntas e respostas que ainda não passam de opinião sem possibilidade de comprovação empírica e com muito pouco fundamento teórico.
Quanto tempo é muito tempo? Quanto (e qual) controle da navegação é o certo? Quais são os perigos, quais as vantagens de ter filhos online? Qual a importância de mantermos nos filhos alguma exigência quanto à leitura offline? Quais os limites e como impor algum?
Em casa (três filhos: 20, 16 e 10; dividem computador, com banda larga), estamos para testar um programa recomendado por usuários do del.icio.us : é o
KidsWatch Time Control. Vamos ver. Prometo reportar os resultados e voltar no assunto.
Enquanto isso, se alguém tiver ideias, opiniões, experiências, por favor, me conte.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

EPIC Legendado

Docuficção sobre o futuro da mídia. Um pouco efetista demais - mas funciona. Há uma versão em espanhol disponível em http://www.unabvirtual.edu.co/epic/


(Este legendado o devemos a Marília; te estamos esperando)

Does technology drive history?


Não sei. Não creio. O título deste post é o título de um excelente livro cujo fim é ajudar a responder essa pergunta (se quiser saber mais sobre o livro, clique aqui). Mas que no tema que nos ocupa (a comunciação, a informação, os meios), a tecnologia marca o ritmo do dia-a-dia, isso é fato. Mais do que correr atrás da notícia do último gadget (odeio essa palavra!), devemos procurar o marco certo para entender as mudanças que, sem isso, parecem pipocar de maneira aleatória.
A Technology Review é uma publicação do MIT que anda no meio termo. Não chega a colocar o marco conceitual que ajude a entender a lógica das mudanças, mas também não fica olhando fascinada para o último show de Steve Jobs. Na edição deste mês, alguns artigos relevantes: as dificuldades para acompanhar o que efetivamente fazem as pessoas na web(clique aqui), buscas mais eficientes a partir de estudos da linguagem natural (clique aqui) e uma matéria de capa muito inquietante (clique aqui).

domingo, 22 de julho de 2007

Abril e Telefónica, a dança com o urso

O Grupo Abril acaba de ter sua parceria com a Telefónica aprovada pela Anatel. Bom para Abril (que ganha fôlego para investir), bom para Telefónica (que avança no mercado de produção e distribuição de conteúdos). Mas ainda é cedo para tirar conclusões.

Muitas perguntas para o futuro. Abril enfrenta o desafio de continuar sendo relevante num cenário muito diferente do que a trouxe até aqui: um mercado cada vez mais aberto e novos modelos de produção e de distribuição de informações. Manter a hegemonia de outrora (quando "opinião pública" era um conceito mais fácil de se amarrar) é utopia. A família Civita, envolvida no processo de sucessão (para a terceira geração), procura entender quais são os caminhos certos para não perder espaços. A dependência de Veja é muito grande: o Grupo é relevante enquanto Veja o é. O mundo muda, o Brasil muda e Veja precisa se manter na crista da onda -apesar de Lula, apesar da mudança do país e da sociedade. A aposta numa visão editorial radicalizada na figura de seu colunista-palhaço Diogo é arriscada, mas vem dando certo. Difícil fazer previsões a respeito.

Os herdeiros de Roberto pendem mais para a tela do que para o papel, mas ainda está por ver-se a imprompta da nova geração nos rumos do Grupo. Até agora, das tentativas para encampar sucessos no mundo digital, as mais bem-sucedidas são TVA (conduzida por Leila Loria) e a MTV (dirigida por André Mantovani). Internet ainda anda de lado, mas é prioridade para o Grupo e o desafio não é facil -vide as frustrações de TIME Inc, num mercado bem mais favorável.

Agora, para o futuro imediato, Abril precisa aprender os passos da sempre delicada dança com o urso.

(veja os informes financeiros dos dois sócios: Abril e Telefónica)



ET: A notícia, como foi dada pelo portal TI Inside.
E por falar em dança com ursos, veja o vídeo.