quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Quantos somos, quantos fomos, quantos seremos


Procurando com Google a população inglesa no século XVII, dei com um site interesantíssimo: http://www.ldolphin.org/popul.html . Se trata de uma série de estudos sobre a população do mundo ao longo da história. Eu achei fascinante.
Mais uma: o calculador de população mundial em tempo real. http://www.ibiblio.org/lunarbin/worldpop

terça-feira, 27 de novembro de 2007

La Verdad, el Porquero y Agamenón


La verdad es la verdad, la diga Agamenón o el porquero.
Agamenón: Conforme.
El porquero: No me convence.

(Antonio Machado, El Juan de Mairena, citado por Javier Muguerza en el postfacio de Kant, El Conflicto de las Facultades, Alianza Editorial, Madrid, 2003)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Google Magazine


Uma discussão quente nos blogs de tecnologia: Google adquiriu uma patente que pode apontar uma nova direção no mundo editorial. A idéia é simples (de se enunciar) : faça sua própria revista. Isto é, escolha quais artigos você quer ler, imprima (em casa, ou num kiosque) e leve (com anúncios contextuais, claro!). O fim do editor -pelo menos, do que a gente conhece hoje como editor.
Eu sou cético, e não por achar que os editores são seres iluminados. É que liberdade é um bicho chato de se administrar, dá trabalho... eu prefiro que alguém escolha por mim. Claro que, agora mesmo, enquanto escrevo este post (baseado numa notícia tirada da minha página personalizada do Google), escuto uma trilha sonora que eu mesmo montei, e não um CD feito por editor...
Sei lá...
Quem quiser ler mais, clique aqui.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Novo canal

Um novo blog: http://anosabatico.blogspot.com/

Um ano fora do escritório (I)

Foi-se o ano: dia 30 de outubro ou dia 6 de novembro, depende do critério, foi o primeiro aniversário de minha saída do emprego. Um bom emprego, muito bem pago, desafiante e cheio de coisas boas –e, claro, de outras que nem tanto. Mas a decisão de sair, uma decisão que custou tomar, não teve a ver com as coisas ruins do emprego, e sim com uma necessidade interna e muito poderosa.

O que eu fiz neste ano não foi pouco: na primeira semana, aproveitei para assistir um congresso de filosofia em Salvador, com a minha esposa. Triple ganho: conheci Salvador, participei de um belo encontro de alguns dos pensadores mais brilhantes do Brasil e viajei com a Fabiana. Ponto dentro! Depois disso, veio um período de adaptação á nova realidade, em termos práticos: mudança (morava em casa alugada pela empresa, pelo meu regime de expatriado), novo mail, novos telefones de contato, plano de saúde, bancos... isto é, rearranjar as coisas que, normalmente, a empresa ou a minha secretária resolviam. Não foi um bom período: meio angustiante, corrido, sem prazer. Ponto fora! Enquanto isso, continuava estudando. Ai veio o verão, com um contrato para escrever um livro: três meses mergulhado em textos de filosofia, com a minha família e meus amigos de infância perto ou em volta. Prazer, trabalho agradável, estudo... tudo que eu sonhara. Ponto dentro! Parecia que fosse ser isso mesmo. Acabou o verão, acabei o livro, voltei à faculdade, para completar em um ano todo o faltante de graduação (cinco disciplinas) mas todos os créditos da pós (três disciplinas); um monte de coisa para estudar. Enquanto isso, a retomada do contato com colegas de trabalho, e algumas propostas para discutir possíveis empregos. E aí que complica: custava dizer não, mas ao mesmo tempo não estava muito certo de querer aquilo. Um misto de satisfação por ser chamado, medo de perder uma oportunidade, medo de depois não conseguir gerar dinheiro, ansiedade da família (os filhos se preocupam: o que o papai faz não é coisa pouco importante para eles, é parte do que eles são no mundo, perante os outros), ansiedades próprias (filhas dos medos mencionados), e pelo outro lado a noção de que ainda não é tempo, que não é isso que eu quero, que ainda preciso explorar esta experiência de parar o frenesi... Nada deu em nada, as conversas se alastram, há alguma ainda em curso.

Agora, novas ansiedades. Do ponto de vista econômico, tudo calmo: Bovespa ajuda o real se valoriza, enquanto o peso continua desvalorizado. A minha família morando na Argentina, isso significa custos mais baixos, o patrimônio no Brasil, isso significa crescimento patrimonial. Ponto dentro! Mas o aniversário marca uma inflexão, e estou a um mês de acabar os compromissos na faculdade. Ai que a nova ansiedade se instala.

Aparecem outras oportunidades profissionais. As encaro com mais calma: não quero me afobar, e com isso ficar preso em algo que não tenho certeza que seja o que realmente quero, nem tampouco queimar o que pode vir a ser uma boa possibilidade.

Decido pensar com calma. Procuro na internet e encontro alguns sites que falam de e para gente que parou, que resolveu fazer um break na carreira. Escrevo este post, apenas como rascunho ou reflexão em voz alta. Nem é muito o tema deste blog, mas serve para mim.

Vamos nessa. (Continuará)

Os links para os sites que mencionei:

http://en.wikipedia.org/wiki/Career_break
http://en.wikipedia.org/wiki/Sabbatical_year
http://www.thecareerbreaksite.com/site-info/about-us.php
http://www.gapwork.com/careerbreak

E uma matéria sobre os que não param:
http://money.cnn.com/2007/10/30/news/newsmakers/confessions_ceo.fortune/index.htm?postversion=2007110205

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Uma coluna de Maurizio Mauro

No Meio & Mensagem desta semana (veja no site de M&M clicando aqui)

Um bom amigo e casualmente leitor, Andrés Bruzzone, mandou-me um e-mail comentando minha coluna do mês passado a respeito do valor do conteúdo na internet. Como foi o único e-mail argumentativo que recebi nessa nova atividade de colunista, sinto-me na obrigação de voltar ao tema e comentá-lo. Este debate se faz mais difícil na medida em que o conceito de valor é um dos mais complexos das relações econômicas da sociedade. Os conceitos de custo e preço são bem estabelecidos e de fácil compreensão e manuseio, mas o que é valor, o que é valor do conteúdo, entendendo conteúdo como uma obra do espírito humano? Van Gogh, assim como muitos artistas até hoje, morreu miserável porque, em vida, o preço de suas obras era insignificante. Isso quer dizer que sua pintura não tinha valor? Difícil conclusão se considerarmos o que “vale” hoje em dia um quadro dele. Claro que há exemplos contrários, em que as obras tinham preços altos em vida mas, hoje em dia, ninguém se dispõe a pagar um tostão furado por elas.

Voltando ao e-mail, depois de, com generosa sutileza, deixar claro que minha argumentação estava muito hermética, Andrés chama a atenção para o fato de que o dilema do valor do conteúdo é mais um fenômeno da era da internet do que uma questão da plataforma internet. Concordo em parte! Certamente que é mais um sintoma dos tempos, mas claramente originado na evolução dessa tecnologia tão caracteristicamente schumpeteriana. Outro argumento interessante é a característica de reprodutibilidade do conteúdo. Assim, na sua avaliação, o valor do conteúdo diminuiria à medida que este mesmo conteúdo fosse de fácil replicação. Os exemplos, hoje em dia clássicos, são os CDs de música e os capítulos de livros. Sem dúvida, a capacidade de reprodução e principalmente a redução do custo de distribuição parecem ser fatores determinantes do valor do conteúdo, mas sinceramente eu tenho alguma dúvida. Olhando para o caso dos CDs de música, que parecem ser um produto fadado à extinção, dois fenômenos muito interessantes emergem: por um lado, a venda de músicas individuais mostra um sucesso sustentado, e, por outro lado, voltou-se a produzir discos de vinil, vendidos a preços bem altos para a razoavelmente pequena comunidade de fanáticos, pois o vinil é o mais fiel meio de reprodução de som que se conhece. Estes dois casos induzem uma conclusão interessante: por um lado, que o CD não é um veículo adequado, em conveniência e custo, para distribuir uma música individualmente; por outro lado, que o vinil é o melhor veículo para distribuir a melhor qualidade de som. Mas e o valor do conteúdo? Vejam que em nenhum dos dois casos a questão do valor do conteúdo se apresentou. Aqui cabe uma notícia realmente interessante: a editora de Harvard começou a vender capítulos de livros e o sucesso, principalmente entre os estudantes e os leitores casuais, tem se mostrado muito promissor.

Assim ocorre com informações “hiperquentes”, como cotações de Bolsa que têm o seu valor na tempestividade de sua disponibilidade, mas neste caso o que tem valor é o sistema de distribuição que viabiliza essa tempestividade. Assim é o caso de um texto sobre a noção do progresso moral em Kant, pois o que vale a pena pagar é a facilidade para utilizá-lo e não a sua leitura — que é gratuita em qualquer biblioteca minimamente séria.

Antes de abordar o último comentário do meu amigo/ leitor, permito-me voltar ao exemplo de um quadro cuja replicação é quase impossível. Conheço gente que tem paixão infinita por admirar um quadro, e a pessoa que o possui nem o olha. Assim como proprietários de quadros que não permitem a sua exposição pública sob nenhuma hipótese. Em nenhum desses casos a questão do valor do conteúdo se põe: o primeiro não pode pagar, o segundo paga pela sua capacidade de comprar e o terceiro atribui valor a seu egoísmo.

Por fim, Andrés introduz o espinhoso tema da legalidade/ moralidade da compra não oficial de um conteúdo, ou de quanto alguém está disposto a pagar para não infringir a lei ou a moral estabelecida. De novo aqui não se põe a questão do valor do conteúdo e sim o preço de não confrontar a sociedade. Querer aprofundar essa abordagem levaria inexoravelmente à discussão do direito de propriedade, no caso de conteúdos, ao direito autoral. Sinceramente, essa discussão não cabe nesta coluna dedicada à gestão estratégica, e estrategicamente falando creio que, na construção de uma proposta de negócio, o conteúdo tem um papel de diferenciação e a determinação do preço deriva de algum outro fator.

Todo mundo quer ser jornalista!

E os que não querem ser jornalistas, querem ser publicitários...

A Fuvest divulgou nesta segunda-feira a lista com a relação de candidato por vaga que farão vestibular para a USP. Jornalismo é o mais concorrido, com 41,63 pessoas para cada uma das 60 vagas. O segundo curso mais disputado é o de Publicidade e Propaganda, com 41,02 por vaga.

Mas este número engana: se trata de candidatos por vaga, e não de candidatos em termos absolutos. Na USP, o curso de Medicina, que está em 5º lugar na relação de candidatos por vaga, teve o maior número de inscrições: 12.973 candidatos. E antes de Jornalismo, em números absolutos, vêm, além de Medicina, Direito, Engenharia (na Poli), Letras, Administração, Oficial da Polícia, Engenharia (em São Carlos), Arquitetura e História.

Ou seja: por sorte nossa, há mais gente que quer ser médico, arquiteto ou engenheiro, do que jornalista (sorte em termos: há também mais gente que quer ser advogado e policial!).

Uma surpresa, para mim: o número de candidatos a Letras quase que dobra o do candidatos a Jornalismo. Mas, de novo: os números podem mentir. Para saber realmente quantas pessoas aspiram a ser jornalistas deveriamos olhar a soma das universidades e faculdades que oferecem o curso.

Vejam a tabela da Fuvest (publicada no site oficial)

Carreiras 2008 2007
Medicina e Ciências Médicas 12.973 12.341
Direito 11.309 10.022
Engenharia na Escola Politécnica e Computação 10.917 8.562
Letras 5.116 5.688
Administração 5.107 5.644
Oficial da Polícia Militar (masculino) 4.062 3.736
Engenharia – São Carlos 3.450 4.479
Arquitetura – FAU 2.560 2.428
História 2.557 2.933
Jornalismo 2.538 2.722

ET: contra os maldosos que acham que niguém quer ser filósofo: houve 1097 inscrições este ano, para 170 vagas. Isso dá 6.6 candidatos por vaga.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Poisé... o mundo mudou

Aos saudosos de um tempo que se foi. Aos que conhecem e não conhecem mais. O jogo mudou, o Brasil mudou. As telefônicas entraram, revistas de autor fazem sucesso... "Cambia, todo cambia", como diz o refrão de uma música muito querida.

Ufa! Telefônica leva a TVA e Abril leva uma bolada

SÃO PAULO, 31 de outubro de 2007 - O Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou hoje (31) a compra da operadora de TV por assinatura TVA - do Grupo Abril - pela empresa espanhola Telefônica. A decisão confirma a aprovação prévia concedida pela Anatel em julho deste ano, mas que determinava restrições para a operação em São Paulo, onde a Telefônica já é concessionária de serviços de telefonia.

A operação ainda vai ser analisada e julgada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça.

De acordo com o conselheiro da Anatel Antônio Domingos Bedran , as empresas acolheram as restrições impostas pela agência, o que permitiu a aprovação integral da operação. 'O novo acordo de acionistas atende as restrições. Hoje confirmou-se que foram acatadas', disse.

Uma restrição apontada pela Anatel em julho e acolhida pelas empresas foi a retirada de um membro da Telefônica do Conselho de Administração da TVA. 'Está eliminado qualquer tipo de controle acionário ou societário', afirmou Bedran.

A compra da TVA pela Telefônica foi alvo de críticas do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que acusou o Grupo Abril de transferir para um empresa estrangeira o controle acionário de uma operadora de televisão, o que é proibido pela legislação brasileira.

Na Câmara dos Deputados, parlamentares protocolaram um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a operação de venda da TVA. De acordo com a Mesa Diretora da Câmara, a instalação depende da indicação de membros pelos líderes dos partidos.

As informações são da Agência Brasil. (Redação - InvestNews)

"Isso não funciona no Brasil"


Do alto de sua sapiência, o velho papa sentenciou: "Isso aqui não funciona. É revista de autor, e para tribu. Não pode dar certo". A possibilidade de lançar uma versão brasileira da revista Rolling Stone foi assim descartada por um dos grandes grupos de comunicação do país. Poisé: a revista funciona, e muito bem -lançada por um editora pequena e talentosa. Marca pretigiosa, formato conhecido, revista bem feita; o preço de capa (R$ 8,90) é em conta: os leitores aprovam e o mercado publicitário compra. Ainda, celebridades que não curtem (ou dizem que não curtem) outras revistas topam aparecer na RS.
Já dizia o bom e velho Sócrates: quando achamos que sabemos muito é quando mais ignorantes nos tornamos...