domingo, 22 de julho de 2007

Abril e Telefónica, a dança com o urso

O Grupo Abril acaba de ter sua parceria com a Telefónica aprovada pela Anatel. Bom para Abril (que ganha fôlego para investir), bom para Telefónica (que avança no mercado de produção e distribuição de conteúdos). Mas ainda é cedo para tirar conclusões.

Muitas perguntas para o futuro. Abril enfrenta o desafio de continuar sendo relevante num cenário muito diferente do que a trouxe até aqui: um mercado cada vez mais aberto e novos modelos de produção e de distribuição de informações. Manter a hegemonia de outrora (quando "opinião pública" era um conceito mais fácil de se amarrar) é utopia. A família Civita, envolvida no processo de sucessão (para a terceira geração), procura entender quais são os caminhos certos para não perder espaços. A dependência de Veja é muito grande: o Grupo é relevante enquanto Veja o é. O mundo muda, o Brasil muda e Veja precisa se manter na crista da onda -apesar de Lula, apesar da mudança do país e da sociedade. A aposta numa visão editorial radicalizada na figura de seu colunista-palhaço Diogo é arriscada, mas vem dando certo. Difícil fazer previsões a respeito.

Os herdeiros de Roberto pendem mais para a tela do que para o papel, mas ainda está por ver-se a imprompta da nova geração nos rumos do Grupo. Até agora, das tentativas para encampar sucessos no mundo digital, as mais bem-sucedidas são TVA (conduzida por Leila Loria) e a MTV (dirigida por André Mantovani). Internet ainda anda de lado, mas é prioridade para o Grupo e o desafio não é facil -vide as frustrações de TIME Inc, num mercado bem mais favorável.

Agora, para o futuro imediato, Abril precisa aprender os passos da sempre delicada dança com o urso.

(veja os informes financeiros dos dois sócios: Abril e Telefónica)



ET: A notícia, como foi dada pelo portal TI Inside.
E por falar em dança com ursos, veja o vídeo.

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